quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Do que mudou nesse ano

(Desconsiderar a ordem)

1. Não montei a árvore de Natal. ERa o ano em que mais planejava fazer isso. Mas foi. Descobri que o Natal não se revela naquelas luzinhas nas fachadas. É aqui dentro que brilha.

2. Estou sem babá. Foram três no total, em seis meses, considerando que a primeira veio quando o bebê completou quatro meses. Até então, eu e Edson fizemos só tudo. Saldo desse pequeno detalhe: foi a melhor escolha nos meses iniciais. Saldo das moças: sim, todo mundo diz, mas a gente só sabe quando sente na pele. São todas iguais.

3. A gente só deve contar é com a gente. Só. Se vier ajuda, ótimo. Se não, tudo bem. Não estava esperando mesmo. Não deixo isso me magoar.

4. Comecei o ano buchuda, com os peitos cheios de leite. Termino com o bebê fora da barriga, mas ainda mamando e com o bucho... deixa pra lá.

5. O Lost acabou. Quando o bebê estava na barriga, eu dizia que a gente ia ver junto o último episódio. Foi quase. Ele estava dormindo. Mas várias vezes assisti com o bebê no colo, mamando.

6. Conheci novas pessoas, conheci o tal de Twitter, mas os amigos do coração são os mesmos. Acho que isso não muda.

7. Meu casamento ganhou novos ares com a maternidade. Estranho seria se fosse diferente. Mas hoje vejo que as surpresas e as novidades de todo dia com a chegada do bebê só fortaleceram nossa união. Graças a Deus.

8. Francisca continua com a gente, na limpeza da casa. Essa eu não largo. Já é do coração essa bicha.

9. No trabalho, por incrível que pareça, sinto que não entrei no ritmo. Tive dois grandes desafios nesse ano. Por Deus, passei bem pelos dois. Mas preciso me dedicar mais, ir pra rua, correr atrás da notícia.

10. Engordei. Depois que as mamadas diminuíram, alguns quilos voltaram. Não é mais tão fácil emagrecer. Preciso cuidar da cabeça, se não a boca vai me consumir.

Pronto. Basta. Se lembrar mais alguma coisa e for importante, retomo o assunto.

Ah! Lembrei: vovó e vovô estão morando em Fortaleza. Apesar dos anos cada vez mais avançados e pesados, estão com a gente. E que Deus cuide bem de cada um.

Saldo de 2010:

Isaac apareceu pra gente, pra mudar essa vida louca completamente, pra dar paz exageradamente, pra mostrar um amor que é só infinitude. Excessivamente.

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

E a peregrinação continua

Semana atribulada essa. De repente tudo vira de cabeça pra baixo. Estava tudo tão calmo com a babá, a rotina do bebê. Agora não sei como vai ser amanhã. Depois de pagar consultas, fisioterapia (fora outros muitos detalhes), a linda e maravilhosa babá (sim, a que saiu no www.diariodonordeste.com.br em matéria sobre, claro, babás) me deu o golpe.

Ela foi ao médico de novo e chegou na maior cara dura dizendo que o médico tinha dado 15 dias de licença.

Que bom. "A notícia do ano".

Pra completar, ela não avisou que a fralda e o leite do pequeno estavam praticamente acabando (só davam pra ontem mesmo).

Pra não prolongar muito a história, vamos aos fatos. Fui a outras creches ontem e já bati o martelo: em janeiro o bebê vai pra uma. Até já escolhi qual, mas antes preciso falar das minhas impressões.

Em uma, o local onde os nenens engatinham estava pegando fogo. Senti porque entrei no espaço descalça. Fiquei foi com vergonha alheia. A outra, apesar de excelente, tinha um segurança armado dentro da unidade, junto com as crianças. Pode? Não, não pode, mas tinha.

Ele disse que é porque o porteiro tinha saído, e ele estava recebendo as pessoas. Que recepção, hein?

Quando cheguei em casa depois das vistorias, o Isaac se agarrou no meu braço e chorava por tudo, tadinho. Parecia que dizia: "mamãe, não sai de perto de mim". Não sei por que, mas senti que aquilo foi um aviso. Por conta disso, resolvi não deixar meu filho um minuto sequer com aquela mulher.

Hoje à noite vamos conversar com ela. Quero ver o que ela vai dizer. Ah, como quero.

No meio disso tudo, pode o mundo cair, mas meu filho tem que estar e permanecer bem. Não há opção nem negociação sobre isso. O resto... Dane-se!

É esse meu sentimento agora. Meu e do papai. Nós é que protegemos nosso filho, que lhe damos amor, passamos segurança, alimentamos, seguramos suas mãozinhas. E Deus faz isso com a gente e com o bebê, claro. Amém.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Dores e amores

Desde que o Isaac nasceu apareceu em mim uma tendinite braba. Dessas de fazer você se contorcer de dor quando pega pesa. É nos dois punhos. E quando eu pego peso? Só todo dia, somente quando estou em casa, só quando pegar o meu filhote no colo, só e somente quando dou o banho da noite, quando o coloco ou tiro do berço. Resumindo: tem como tratar desse jeito?
Quando ele estava com uns três meses fui ao médico, fiz fisioterapia, mas nada mudou. Ao contrário. As dores só aumentaram. Tanto que agora tem duas saliências nos dois punhos, como se fosse a cartilagem ou o tendão (na verdade, parece o osso, mas sei que não é) crescido. Bom sinal não é.
Sei foi que as dores de um tempo pra cá diminuíram. Mas noto que, quando a Cláudia está de folga, o negócio vem e é com tudo.
Detalhe: e ela está com dores nas costas. Dores brabas também. Já paguei médico e hoje ela foi pra fisioterapia. E eu?
Bem, eu... Estou aqui. Digitando. E daqui a pouco pego o bebê, que está dormindo.
Não sei se é bom ou ruim olhar pra ele, esquecer qualquer incômodo e só ter vontade de colocar no colo, seja de que jeito for, com ou sem dor.
Depois é que eu sinto.
Mas é assim mesmo. Ossos (ou tendões) do ofício.
E vamos nós!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Chinelada


Rotina de sempre: acordar com bebê querendo leitinho, dar o leitinho, tomar banho, tomar café, sair de casa escondida pro bebê não chorar, beijo no marido, trabalho.

Sim, ponto.

Surpresa: quando abri a bolsa pra pegar o crachá, encontrei os chinelinhos do bebê e um shortinho que ele vestiu ontem.

(...)

Agora me diz: como é que se consegue trabalhar olhando pra essas havaianazinhas lindas?

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

"Ao vento"

"A paixão pela palavra". As palavras da minha amiga Eri explicam o que venho sentindo nos últimos tempos, mas que só agora entendi. Melhor: comecei a entender. Não foi o tal do inferno astral ou a idade chegando. Na verdade, o que se passa vinha crescendo e só agora chegou na tampa.

Que bom.

O que me trouxe aqui não foi necessidade de exposição, não foi um golpe contra minha fraca memória, não é tanto um presentinho para o meu filho. É pra mim. Não estou aqui para medir palavras, pra ser popular, pra ensinar qualquer coisa a alguém.

É por mim. É pela palavra. É pelo desejo de juntar letrinhas e dar vida a palavras que, soltas, podem até dizer algo, mas não com a força e o poder devidos.

E se a gente não consegue colocar esse vigor nas palavras, a gente tenta. O que não me falta é persistência. A propósito, ô palavra pra eu achar bonita na nossa língua é faroleiro.

domingo, 21 de novembro de 2010

Que dia é hoje?


Acho ótimo não ter orkut ou facebook pra fazer as pessoas se lembrarem do meu aniversário. Que coisa mais triste precisar de computador pra alguém se lembrar de mim! Nã...

Não faço questão de que as pessoas liguem, me dêem presente, façam festinha. Mas todo ano sei mais ou menos quem jamais esquece. Coincidência ou não, são sempre as mesmas pessoas que ligam. Isso é que me deixa mais feliz. Sinal de que o tempo está passando e algumas coisas, aquelas mais sedimentadas, não mudam.

Que bom.

Mas que bom também que neste ano tudo está sendo diferente. Acordei com meus dois meninos me dando presente. E, pouco depois da meia-noite, depois de dar o gagau do Isaac, o Edson me deu beijos e beijos de parabéns, porque já era meu dia. Meu amor.

E continua sendo. Meu dia, meu amor.

sábado, 20 de novembro de 2010

Eu digo meu amor

Os Ombros Suportam o Mundo


Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.


(Carlos Drummond de Andrade)

* Eri, infinitamente bom ter você tão perto...

Gagau



Criança surpreende mesmo. O Isaac mamou meia-noite e cinco e meia da manhã. Quando foi sete, acordou e, sete e meia, (!!!), tomou o primeiro gagauzinho. E de gute-gute! Tomei foi um susto quando a Cláudia falou, porque foi tão rápido! E aqui vale registrar a receita: 100ml de leite Nestogeno e três medidas do Mucilon de aveia e arroz. Idade: nove meses e oito dias e, presente pra mamãe, um dia antes do meu aniversário.

E que o Dr. Moacir não saiba, porque ele não queria que introduzisse agora outro leite e, principalmente, mingau. Mas temos os nossos motivos, que são nobres por demais.

Então pronto. Esse post é só pra fazer o registro. Final de semana de trabalho, hoje e amanhã, sim, senhor. Pois que seja bom trabalho...

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Peregrinação

E começa a busca por uma creche/escolinha decente para meu filhote. Não agora, porque ele é muito pequenininho. Penso que para o meio do ano que vem está bom. Na verdade, se pudesse, provavelmente adiaria ainda mais. Acho que até os três anos a criança precisa de atenção individualizada, não ser posta dentro de uma coletividade. Até então, ela quer carinho do pai, da mãe, de uma pessoa próxima. É até bom socializar, claro, mas acho que não muito pequenininho.

O problema é essa nossa vida de mãe, mulher, mestre de obras, dona de casa, educadora, administradora, defensora dos direitos dos humaninhos, ambientalista de plantão em busca dos melhores espaços para nossos filhos brincarem, palhaça, profissional de saúde, cabeleireira, estilista e, quando sobra tempo, jornalista.

Mas tudo bem, não estamos aqui para lamentações.

Da minha primeira visita, o que observei foi que o lugar é até animado, as crianças parecem felizes, mas os pequenos (na faixa de um ano e meio) pareciam meio tristinhos, querendo colo. Era literalmente isso. Eram duas ou três tias na sala, mas umas nove crianças, ou seja, alguma ficava um pouco de ladinho.

Não sei, isso é tão delicado, requer tanta análise, visitas...

Só espero que Deus me ajude a tomar a melhor decisão, a fazer a escolha mais acertada. Como sempre, essa "minha" decisão está nas mãos Dele. Também.

domingo, 14 de novembro de 2010

Lição de casa




Todos somos necessários - Doki

Sentado debaixo da mangueira, debaixo de uma enorme mangueira
Sentado, eu parei pra pensar que das árvores nós temos que cuidar
Elas nos dão tantas sombras e limpam nosso ar
E nelas muitos bichos sempre vão morar
Formigas, esquilos e muitos macacos
Papagaios, sabiás e tucanos
Eu percebi como as árvores são importantes
Das árvores nós temos que cuidar

Sentado debaixo da mangueira, debaixo de uma enorme mangueira
Sentado, eu parei pra pensar em um beija flor que veio me cumprimentar
Cantando e dançando, flor em flor
Pólen e sementes pelo ar vão espalhar
Graças a ele nós temos muitas flores
E muitas frutas de todos os sabores
Eu percebi como os pássaros são importantes
Dos pássaros nós temos que cuidar

Sentado debaixo da mangueira, debaixo de uma enorme mangueira
Sentado, eu parei pra pensar quando sapo que saltando veio me cumprimentar
Eles podem ser feios, mas são importantes
Em nossos jardins muitos ajudam bastante
Às vezes temos muitos, muitos insetos
Eles são a comida favorita dos sapos
E então eu pensei: os sapos e rãs são importantes
Dos sapos temos que cuidar

Sentado debaixo da mangueira, debaixo de uma enorme mangueira
Pensando em tudo que pude ver, olha só a que bela conclusão que eu cheguei
Árvores, flores, pássaros, sapos
Todos os seres deste planeta são necessários
Todos têm uma missão, uma função
E a salvação do planeta depende de nós
Árvores, flores, pássaros, sapos
Todos, todos somos necessários
Para cuidar da vida, para salvar o planeta
Todos somos necessários

sábado, 13 de novembro de 2010

Presentes

Como de costume nos mesversários do Isaac, amanheci cantando os parabéns pra ele e pedindo pra Deus abençoar cada vez mais a vida do meu filho, pra preparar um caminho lindo pra ele, cuidar de cada passinho, de cada conquista. Também como de costume, não comprei presente. Não material. Mas quer coisa mais poderosa do que a oração de uma mãe? Seja de alegria ou entre lágrimas, tenho certeza de que Deus ouve o nosso clamor. Não de forma especial, afinal todas somos iguais, independente do pedido, do agradecimento, mas que Ele ouve, ouve.

Pois bem. Ontem, no dia em que meu pitoquinho fez nove meses, fomos à consulta de rotina. Papai não conseguiu sair do trabalho a tempo, mas mesmo assim ficamos felizes porque só tivemos notícias boas. Engraçado foi que uma mãe que estava no consultório e o Dr. Moacir fizeram o mesmo comentário: "esse menino tem temanho de um ano". Opa! Tem coisa pra deixar uma mãe mais feliz? Dr. só fez uma ressalva: tirar os amarelos da alimentação do bebê, porque ele está não só com mãozinhas e pezinhos amarelinhos, mas até o nariz! Também... Mamão todo dia, cenoura, jerimum... Hoje mesmo já tirei o meio mamão da manhã e dei só banana com leite. E peito.

Mas voltando aos presentes... Ontem também teve presente pra mim. Depois de um ano e meio, a monstra voltou. Assim, do nada. Foi no trabalho. Minha primeira e mais forte reação foi de tristeza. É como se meu corpo dissesse que agora entro em uma outra fase da maternidade, que meu bebê não é mais uma extensão do meu corpo, que finalmente cortaram o cordão umbilical.

Besteira ou não, fantasia ou paranoia, foi isso que senti e continuo sentindo. Será que meu corpo está dizendo?: "seu filho não precisa mais do seu corpo, mas dos seus cuidados".

Não!

E agora será que o leite vai secar?

Não!!!

Acho que ainda não é a hora de romper. Na verdade, espero que essa hora nunca chegue, mas também que eu esteja preparada - ou vá me prepararando - para desatar aos poucos esses lacinhos que nos unem e, depois, fazer calma e firmemente um laço só, bem grande e forte. Esse, sim, nada nem ninguém vai desfazer.

Filho, mesmo assim, agora fisicamente pronta pra começar tudo de novo, deixo um recado pra você, curtinho mesmo: com ou sem laço, independente de quantos milagrinhos virão e quando virão, você sempre vai ser o meu coração que bate fora do meu corpo, mas que continua me dando vida. Sim, você é que me dá vida, meu amor, que me deu à luz.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

E com quem a gente conta, no final das contas?

Quando estava grávida, não foi uma nem duas vezes que ouvi a célebre frase “não conte comigo”. Ficava triste, magoada, às vezes revoltada, mas o que eu podia fazer? Sei que o dito não era nem por maldade, era a mais pura - e dura - sinceridade.
Quando minha sobrinha nasceu, minha mãe se mudou pra casa da minha irmã. A Márcia fazia simplesmente nada no começo, nem banho sabia dar. Tinha babá, empregada e a mamãe. E eu ainda ia pra lá, de vez em quando, pra dar uma ajuda. De manhã bem cedinho ia pro trabalho de ônibus, passava pelo terminal do Papicu cheio, mas ia feliz da vida porque passava umas horinhas com minha sobrinha linda - linda até hoje, aliás, mais linda ainda.
Reclamo? Raramente, só quando o sangue ferve. Fico triste? Sim, quando paro pra pensar, mas não o faço com muita frequência, porque também não tenho tempo. Solução? Deixa estar. Tenho uma teoria: melhor não contar com ninguém porque, se a ajuda vier, vai ser bem-vinda, obrigada. E, se não vier, ok, não estava esperando mesmo. A decepção é menor. Do contrário, o que vier é lucro. Pronto. É essa minha filosofia de vida. E sem rancor.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Memorial de letramento

Não tenho os primeiros desenhos ou letras guardadas em papel. Também acho difícil que um dia eles tenham ido parar na porta da geladeira ou na robusta estante de madeira da casa. Se em um momento esses rabiscos pareceram troféus de meninice, deve ter sido bem rapidamente. Porém, há linhas mal traçadas que ainda permanecem intactas na memória, dando voltas indistintas e cheias de cor. Escassas, mas, sim, vivas.
Nos primeiros dois anos da escola, quando a iniciação era apropriadamente chamada de maternal e jardim, a impressão que eu tinha do ambiente era bem próxima a um lugar cheio de flores e de quase mães, as tias. Eram elas que davam vazão às brincadeiras e criatividade. Logo que a aula começava, era a hora de brincar de massinha. Não me lembro das formas finais, as cores parecem meio borradas, mas o cheiro permanece intenso. Tão cheias de vida aquelas cobrinhas enroladas sobre a mesa estampada de anjinhos.
Nas paredes, os triunfos de cada aprendizado coloriam a sala com desenhos, linhas unindo figuras associadas e estrelas douradas no canto direito da página, lá no alto. Elas, sim, pareciam o verdadeiro troféu. Havia também as folhas borradas de cola, repletas de pequenas digitais e texturizadas com caroços de feijão, milho, arroz. Era o desenho que crescia e quase saltava da página.
Na hora do recreio, a lancheira de metal era aberta com todo cuidado para não amassar. Recomendações de casa. Dentro da caixinha, suco, biscoitinho ou uma banana faziam desejar o salgado da cantina. Nos dias em que levava alguma moeda, o melhor momento era ficar na fila para escolher o que comer – coxinha, pastel, quanto mais distante de casa fosse a comida, melhor.
Havia também os dias de fazer o próprio lanche. Diversão na certa. As crianças sentavam no chão ou nos bancos de cimento da área de lazer e ali mesmo ajudavam as tias a cortar banana, mamão e laranja para a salada de fruta. As mãos pegajosas cheias de incertezas, mas ávidas por aprender. A algazarra era tão grande que era bem possível que o dia da salada fosse o mesmo do banho de bica no pátio. Água quente batendo no cimento, mas o melhor banho de criança que pode existir.
Essa era época de bem poucos anos. Cinco, no máximo. Nos seguintes, as letras me foram apresentadas pela tia Beth. Uma tia gorda, cabelo curto, escuro e quase do nosso tamanho. Era também a mãe da Larissa, que era minha amiga junto com a Bárbara. Durante anos, ainda menina, sonhava ser mãe e colocar o nome da minha filha de Bárbara. Não sabia, mas seria uma homenagem a primeira melhor amiga da escola. Nunca mais conheci uma Bárbara, também não vi mais aquela, mas sei que era loura e branca como a Amiguinha.
Mais loura ainda era a tia Cláudia, da 1ª série. Linda a tia Cláudia. Sempre com batom, cabelo ondulado e bailarino. É desse ano a lembrança dos primeiros livros, aqueles quadrados, cheios de figuras e muito expressivos. Tão sábio o Maneco Caneco Chapéu de Funil. Como era possível morar em uma panela de arroz ou descobrir o caminho do pobrezinho do grão de café até chegar ao bule?
Nas infinitas vezes em que adormeci com Maneco, era ele que me fazia viver aventuras sem descer da rede. Também tinha a tartaruga que, sabida que só ela, conseguiu chegar à Festa no Céu com seus passinhos lentos cheios de paciência. Cada livro era um mundo. Tão fininhos, mas vastos e robustos a cada folhear.
Dos anos seguintes, ainda posso ouvir o ritmo das multiplicações, principalmente da casa do sete. Sim, porque até a casa do cinco era fácil. Inteligente era quem conseguia passar do seis. E, chegando ao 9x9 sem pestanejar, no máximo o olho deslizando à esquerda para o pensamento se aprumar, era bonito demais. O peito repleto de segurança.
Dali em diante, feitas as contas, os números foram ficando cada vez mais distantes. Amigas mesmo eram as letras. Como é que elas conseguiam, de uma em uma, unidas e versáteis, transformar uma bola em balão e explicar o universo? Esse mistério se virou sedução. Nas primeiras páginas das redações, o desafio de expressar sentimentos e fatos a partir das palavras ganhou feições: de descoberta, a escrita passou a desabafo, ofício e definição de uma vida inteira. É bem provável que o Maneco, esperto como apenas ele poderia ser, fizesse uma boa receita com essas letras dentro da casa de panela.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Matando a vontade


Ou seria revivendo? Ontem, feriado e folga no trabalho, não acordei mais tarde, tomei café - como sempre - umas sete horas, mas passar quase o dia todo com meu pitoquinho valeu a pena.

Essa vida de trabalhar final de semana, dar plantão em feriado, eleição, Natal, Ano Novo não tem muita graça. Quantas dessas datas fiquei com vontade de fazer isso, aquilo, ir à praia, comer um caranguejo...

Opa!

Pois ontem não fiquei só na vontade. Trocamos de roupa rapidinho, eu e o Edson, e fomos à praia umas 10h30min (!!!). Claro, sem o bebê, por causa do horário. Ele ficou em casa dormindo pro papai e pra mamãe relaxarem um pouco e fazerem algo que não faziam há muito, muito tempo.

Tentamos fazer as contas e chegamos à conclusão de que há pelo menos um ano e oito meses não fazíamos isso. Aliás, acho que a última vez foi em Paracuru e na Baleia, em julho de 2008. Parece mentira, em se tratando de um povo que mora nessa cidade, adora praia e acha que caranguejinho combina com sol, muito sol, e uma geladinha.

Yes, teve cerveja, sim, senhor! O Edson não queria, mas dei uns golinhos (dois, pra não mentir) que subiram instantaneamente à cabeça, dando aquela giradinha gostosa e fazendo fechar os olhos devagar. Delícia...

Pra não dizer que estamos contribuindo com as estatísticas assustadoras de desrespeito no trânsito, a volta foi comigo dirigindo. Detalhe: ainda ouvi uma pérola. "40km não é alta velocidade não, viu?".

Ah... Eu quero lá saber de pressa?...

Sim, não posso deixar de resgistrar que tomei água de coco bem verdinho, comi cocada de leite condensado, lavei o pé no chuveirinho de lavar o pé (é nada...). Sò não tomei banho de mar, não fiquei no sol, nem me sujei com picolé Pardal.

Isso tudo deixei pro final de semana, com o Isaac.

Apesar de termos ido naquele horário cruel de praia lotada (entre 10h30min e 14 horas), vi um monte de bebê. Não sei se é porque de vez em quando a gente se derretia falando do nosso milagrinho, se inconscientemente estava procurando pitoquinhos pra me lembrar do meu ou se era coincidência mesmo. Mas só o que vi foi bebê em carrinh (na areia!), em piscininha, no colo da mãe, nu (acho tão engraçado, mas não exporia o Isaac assim - neura?), dormindo, tomando leitinho... Todos devidamente na sombra, pelo menos.

Mas não se preocupe, bebê. Sábado u domingo será seu dia. Aí papai e mamãe vão nem pensar em cervejinha... Aliás, só pensar pode, né? Ao menos enquanto estou amamentando, é só isso que posso fazer...

* A foto é da praia da Baleia. Se fechar os olhos, consigo sentir o cheiro daquelas ondas e a leve quentura do sol no chão de cimento queimado

domingo, 31 de outubro de 2010

Mamãe trabalhadora

Será que é bom ser dondoca?

Ter como preocupação só a hora marcada no salão, a roupa para aquela festa, a decoração da casa para o Natal, o sábado à noite naquele restaurante, o último filme em cartaz (é o novo!), pintar ou não a unha de azul, usar gloss ou batom, pó ou blush, saruel ou saia, ver o filme daquele livro com urgência (porque assistir é mais fácil e rápido do que ler e todo mundo está comentando), o compromisso mais importante do dia ser a hora com o personal...

Será que, de todo, isso tudo é negativo?

É porque às vezes é tão bom não pensar e ter apenas pequenos "dilemas"...

sábado, 30 de outubro de 2010

Punk

Esse final de semana vai ser bom: plantão, bebê gripado, eleição no meio do caminho, babá de folga. Mas vai dar certo! Sempre deu...
Graças a Deus o Isaac está melhor, dormiu mais essa noite, não tossiu, não teve mais febre e amanheceu bem disposto.
Eu também.
Depois de duas noites praticamente sem dormir, tirando só aqueles cochilos, finalmente consegui descansar mais. Ele só acordou por volta de duas da madrugada e depois de manhã, já sete horas.
Agora está lá, com o papai, minha mãe e a Francisca, que foi fazer faxina.
Essa situação tiraria muitas mães do sério, mas eu não. Normalmente o Edson e o bebê teriam ido pra casa da minha sogra, mas ela também adoeceu ontem.
Penso assim: a situação é essa, o que a gente pode fazer? Não adianta se desesperar, faltar ao trabalho, mover mundos e fundos, arranjar folguitsa de última hora. O importante nisso tudo é o nenem ficar bem e ter sua rotina mantida.
Quando saí de casa a comidinha dele ficou na panela, pronta para ir ao fogo. Tudo cortadinho: frango, verduras, legumes; o arroz em outra panela. Tudo bem que o adiantamento foi feito pela Cláudia, mas isso é questão de organização.
Tanto que agora ele está dormindo, como faz todos os dias. Já comeu o mamãozinho com banana, tomou banho (dado pelo papai), tomou os remedinhos.
Só quero ver se chego em casa a tempo de dar o almoço dele, mas acho que não vai dar. Mas com isso não me preocupo. O Edson faz isso direitinho, graças a Deus.
Enfim. Está tudo dominado.
E, quando eu chegar em casa, vai ser pra segunda jornada, depois a terceira e, nas duas, encher meu pitoquinho de beijo - a melhor parte.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Twitter

Quero uma camisa do #serranaomamae pro meu bebê! Vai ficar lindo demais!!!

Luto

Desde ontem a história do Theo não me sai da cabeça e do coração. A gente pode se perguntar mil vezes porque um bebê tem que passar por tanto sofrimento, por tantas provações; por que a família, a mãe, o pai precisam derramar tantas lágrimas, mas no fundo, no fundo, a gente não consegue entender.

E precisa? E deve?

Acho que nessas horas o melhor é pedir que Deus conforte o coração da família, que receba esse anjinho com Suas mãos santas e preciosas, que nos dê sabedoria e tempo para aceitar. Mas e entender?

Não, acho que não dá.

O homem faz planos e mais planos, mas quem tem a resposta certa é Deus.

Hoje, ontem isso faz todo sentido.

Pai, cuida dessa família, dá amor, dá paz, dá tranquilidade, dá sabedoria para enfrentar essa situação.

Melhor orar. A mão não acompanha o pensamento.

E obrigada, Jesus, por fazer tudo da melhor forma, mesmo que a gente não entenda.

Amém.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Milagre

Nós não sabemos, mas todo dia precisamos de um milagre. Seja pra levantar, pra respirar, pra sorrir, pra fazer desde o que é mais simples até o que nos falta entendimento. E quando as coisas acontecem, é porque Deus está ali. E também quando achamos que não acontecem, aí é que Deus está agindo mesmo.

Poderia hoje, mais uma vez, falar do meu bebê, dizer que pela primeira vez ele está tomando antibiótico, que está tossindo, ainda tem febre. Mas, como sei que Deus está no comando e que isso é passageiro, hoje quero dedicar, também mais uma vez, esse posto ao Theo.

Nesse momento ele deve estar na sala de cirurgia. Tão pequenininho, meu Deus, e já tendo que passar por uma provação tão grande. Lendo a oração que sua mãe fez hoje, não pude deixar de louvar a Deus pela fé daquela mulher, pela saúde do meu filho e pela recuperação do Theo.

As lágrimas que a gente derrama com toda essa história são mínimas. O que vai ficar disso tudo, tenho certeza, é o testemunho do Theo através de sua vida recuperada e abençoada. Em nome de Jesus!

Lembro que, uns anos atrás, em um domingo me deparei com o blog da Renata e dos seus marujinhos. Na época, ser mãe ainda era um sonho, mas aquela história me comoveu tanto, a fé dela, a corrente que se formou em favor daquela criança. Deus fez o melhor para o Vini, mesmo que às vezes a gente não entenda. Mas eu só espero que ela saiba que suas palavras mudaram, ou melhor, transformaram a vida de quem lia aquele blog.

A Aline está fazendo o mesmo, embora não tenha total consciência. Como desabafo, registro, recordação, não importa; o que ela escreve pode mudar uma vida, várias, não só a do filhinho dela.

Por isso, agora de manhã minhas orações estão bem além daqui de casa. Deus sabe pelo que e por que eu clamo, todas as razões, todas as perguntas, todas as respostas.

Senhor, cuida de cada uma dessas pessoas, dá entendimento, sabedoria, paciência, discernimento e, acima de tudo, fé e certeza da vitória. Desde já eu agradeço.

Amém.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Gripe geral

Como se não bastasse eu amanhecer de novo na emergência na segunda-feira, agora o Isaac e o Edson pegaram minha gripe. A gente ainda vai, mas o bebê... Ontem ele teve 39 graus de febre. Subiu tanto porque não dei o remédio direito e foi mesmo que água. Era pra ter dado o dobro.

Mas graças a Deus o Dr. Moacir nos atendeu ontem e disse que é só uma gripezinha mesmo. O ruim é ele não dormir direito, ficar molezinho devido à febre, perder um pouco o apetite e doer a garganta quando tosse. Essa noite ele praticamente só dormiu no meu braço. Quando vi foi o menino esquentando de uma vez. Mas aí foi dar o remédio - direito - e fazer compressa com as camisetinhas que a febre logo vai embora.

Agora ele está dormindo. Mamou, comeu mamão e banana, tomou os remédios, tomou banho e, provavelmente, está tirando o atraso da noite mal dormida.

E eu? Descansar nem pensar, mesmo de licença, ainda doente e praticamente sem voz. Muita coisa pra fazer... Mas o importante é que o bebê fique bem. E vai ficar...

sábado, 16 de outubro de 2010

Momento crise

Mais precisamente: crise de abstinência. Não aguento mais usar essa máscara, não sentir o cheiro do meu fofinho, não poder beijar aquele cangote gostoso e fazer "carneirim, carneirim" sem poder olhar aqueles olhinhos bem de perto ou falar "carneirim, carneirim". Fico só babando vendo o Edson brincar que só com ele, falar do jeito que quer, beijar, cheirar... Daqui a pouco fico com ciúmes. Mas é porque meu amor por eles é igual a uma "roda cheia de jamanta na banguela".

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

1 aninho



Essa semana o bebê fez oito meses, ou seja, faltam só quatro pra um aninho. Nem contava com essa gripe quando me programei pra pensar na festinha só a partir da semana que vem. Pra quem já está perguntando, só digo que vai ser simples, sem ostentação, mas com a nossa cara, com tudo caprichado e só para os mais queridos. O que não vai faltar é alegria pro meu milagrinho...

Profecias

Estava em uma loja perto de casa, há menos de duas horas, quando um homem me abordou falando de Jesus. Não vou entrar em detalhes. Não por segredo, mas por vontade minha mesmo. A única coisa que vou dizer é que Deus falou comigo através daquele homem simples, com uma Bíblia na mão e que nada me pediu. Ao contrário, me deu a Paz do Senhor sem saber qualquer coisa da minha vida, dos meus erros, das minhas vitórias, das minhas necessidades e, principalmente, da minha relação com Jesus.

Na hora em que ele revelou algo, me lembrei de outra palavra que um missionário de São Paulo me falou há uns cinco anos. Aconteceu, claro.

E, como Deus é fiel e eu creio, dessa vez vai acontecer de novo, de novo.

Obrigada, Senhor, por não me esquecer. Eu sei que o Senhor olha pra mim, pra minha família e tem cuidado de nós com zelo. Por isso eu só tenho a agradecer e, todos os dias, entregar minha vida a Ti.

Amém.

Sai pra lá, gripe chata!

Coisa mais difícil é eu ficar doente. Mas fiquei. Como o médico da emergência disse : "É, somos humanos". É nada... Quarta-feira já amanheci meio ruim. Comi romã no almoço, gengibre, mas não teve jeito. Saí do Japa direto pra uma clínica, mas não fui atendida. Só consegui mesmo à noite, depois de passar por um hospital e uma clínica que deveria ter médico de emergência. Tudo lotado. Criança, adulto.

Não sei se foi a praia, a vitamina que há bem dois meses não tomava, a alimentação ruim das últimas semanas, o entra-e-sai de lugar e carro quente ou com ar ou se foi tudo junto mesmo.

Resultado: antialérgico, antitérmico, pastilha pra garganta, soro no nariz, calafrios, não sei quantos banhos por dia, repouso (hã?) e... (tudo tem um lado bom) 24 horas por dia do lado do meu filhote!

O ruim é só porque não posso beijar, dar uns cheiros no cangote, falar no ouvido dele. Fico de máscara direto e de minuto em minuto lavo as mãos. As mamadas continuam normais, como o médico recomendou.

Mas graças a Deus o Isaac não pegou essa virose. Nem vai pegar, em nome de Jesus! Pra prevenir, estou dando todo dia suquinho de laranja lima e lavando bem o narizinhoo dele com soro. Só. Não tem mais o que fazer.

É a primeira vez que fico doente desde que engravidei. Pra falar a verdade, nem lembro a última vez, antes dessa, em que havia tido febre. Fiquei com tanto medo de não poder cuidar dele direito, de não poder dar o peito com a mesma frequência, de ele ficar dodoi também. Mas Deus é bom, e o menininho segue firme e forte.

Tão firme e forte que agora se levanta também no sofá, sozinho - claro que com a gente do lado, monitorando cada movimento. Está muito esperto meu garotinho. A moda dele agora também é abrir e fechar a mãozinha e ficar olhando, como se estivesse chamando alguém. E pensa que quer ficar parado? Só quer passear. Quando a gente abre a porta já fica todo animado - é a nossa maneira mais rápida de colocar o pequeno no carrinho sem ele querer escapar.

Além dessa quinta e sexta em casa ainda tenho o sábado e o domingo de folga. Agora vai ser não só mamãe, mas papai grudado direto. Tanto que às vezes, por um milésimo de segundo, dá vontade de acordar o nenem quando ele está dormindo. Mas veja bem: é só um milésimo de segundo mesmo. É pra mamãe poder descansar e ficar boa logo, claro.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Só festa

Não poderia ter um dia melhor para postar. Hoje o bebê está fazendo oito meses, é Dia da Criança, Dia da Leitura, ele foi à praia pela primeira vez e ainda nos deu um presentão: ficou em pé sozinho!

A preparação começou ontem. Deixamos boa parte da bagagem pronta, porque queríamos sair cedinho, 6h30min. Não deu. Mas pelo menos saímos às sete e chegamos à praia por volta de 20 minutos depois.

De sunguinha verde, boné azul e protetor solar comprado no meio do caminho (tinha que esquecer alguma coisa), o Isaac adorou o passeio. Tiramos pouquíssimas fotos porque a bateria estava acabando, mas deu para fimar o primeiro contato dele com o mar. Ele ficou meio sério, levantou as perninhas, mas mesmo assim se molhou, no braço do pai.

A praia estava cheinha de crianças. Também, àquela hora, só podia ter criança mesmo. Em piscinha, dando os primeiros passinhos, caindo com a cara na areia, cambaleando em direção às ondas, jogando bola, fazendo castelinho de areia. Nem tinha planejado antes - a gente decidiu ontem -, mas não poderia ter começado melhor esse dia, ainda mais depois de um mês com somente dois dias de folga.

Antes de sair de casa fiz café, arrumei o resto das coisas e só chamei a Cláudia quando estava tudo pronto (como assim?!). Pra acordar o bebê bastou desligar o ar, abrir um pouco a cortina, que ele começou a se espreguiçar e esticar todo. Troquei logo a fralda, vesti a sunguinha e fomos.

Acho que ele gostou, mas não tanto como a gente. Também, foi a primeira vez. Tem que dar um desconto. O primeiro contato com a areia não deixa de ser estranho, e aquela água forte nem de longe parece a cachoeirinha que a mamãe faz com a saboneteira quando o bebê está no banho.

Mas mesmo assim molhei seu corpinho com a água do mar, ele enconstou na areia com os pezinhos e olhou aquele espaço tão grande com a curiosidade típica da estreia.

No final a gente ainda encontrou o Diego, lindo como sempre. Tão branquinho...

Ah! Como não poderia deixar de ser, no final o bebê começou a se espremer, se espremer, anunciando que precisávamos encontrar um trocador com urgência. Mas resolvemos ir embora porque estava na hora (passava das nove) e íamos direto pra casa da minha sogra. Ora, bastou entrar no carro, deitar no bebê conforto, virar de um lado, do outro e, pá!, cair no sono até chegar na casa da vovó.

E foi lá, no cercadinho, que eu e o Edson estávamos olhando o nenem brincando quando de repente, não mais que de repente, ele se ajoelhou, segurou a mãozinha de apoio do cercado e se levantou devagar e firme. E ficou. Só eu e o Edson vimos. A gente começou a bater palma, dizer parabéns, e ele não se assutou. Ficou mesmo.

Meu bebê está crescendo mesmo. AO longo do dia colocamos mais vezes, mas ele não se levantou mais sozinho. Mas, segurando sozinho o cercado e de pé, ele ria que era uma beleza. Parecia que sabia que estava se superando e sendo celebrado por isso.

Agora ele está aqui, do meu lado. Jantou, vai tomar banho, dar uma mamadinha e dormir no bercinho que, por sinal, papai já baixou pra não ter risco de menino se pendurando pra pular a grade.

Pular aqui só o coração da mamãe, que anda mais feliz do que nunca...

Obrigada, bebê, todo dia você nos dá um presente novo. E se for o mesmo é bom do mesmo jeito...

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Plantão e mais

Ontem foi um domingo marcante. Não pela eleição, não pelo segundo turno, não pela votação marcante da Marina, não pela queda do Tasso, não pelo novo quadro que se forma no Estado, não pela fila que pela primeira vez se formou na minha seção eleitoral, não por a cidade ter ficado imunda com todo mundo pisando nos (santinhos dos) candidatos, não por ter sido o terceiro dinal de semana seguido de trabalho (e no próximo tem mais, sábado E domingo). Nem mesmo pela visita do Isaac no jornal.

Foi o primeiro domingo em que fiquei a tarde inteira longe do meu filhotinho. Nunca as horas de um domingo passaram tão lentas. Já estava até acostumada com os plantões sábado e domingo, mas não à tarde todinha. Passei o dia me lembrando dele, pensando no horário de cada comidinho, no suco, nas mamadas, no soninho. O Edson disse que ele brincou que só com a madrinha, a tia, os avós, mas de vez em quando olhava para os lados, como se me procurasse.

É tanto que quando o Edson chegou com ele pra me pegar, enchi o pequenininho de beijo, mesmo com ele dormindo no bebê conforto. Na garagem, bastou pegar no braço pra ele acordar e, já em casa, fazer a maior farra. Brincou, riu, suou, mamou, fez a maior festa com a mamãe. Depois dei um banho e ele dormiu até bem dizer quatro da manhã, quando deu outra mamadinha e só acordou 7h20min.

Dormiu superbem de sexta pra cá. Mas essa é história pra outr post, junto com outras mudanças que implementei no final de semana. Sim, foi um final de semana de mudanças também aqui na nossa casinha. Pra mim, mudanças mais importantes do que as reveladas em números no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Aqui existe transformação, sim, mas pra melhor. Sempre. E todo dia tem novidade. É assim: melhor do que está fica, sim, é só querer e fazer. E a gente faz. Só pelo bebê.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Sono bom

Não é de hoje que as noites aqui estão mais frias - pra o que a gente é acostumado, claro. Nessa época de ventos fortes, a sensação térmica faz a gente achar que a temperatura caiu, quando na verdade nem houve tanta diferença no termômetro. Mas o fato é que Isaquinho está gostando dessa mundança.

Ontem dormiu a noite todinha. Só acordou às sete horas, com auele sorriso de sempre. Quando cheguei no quarto dele, ele estava brincando no berço. Sem meia, cabelo assanhado e olhinho ainda inchado de tanto dormir.

Se não foi o friozinho bom, tenho outra teoria: apliqui a mamada dos sonhos. Coincidência ou não, deu certo. Quando cheguei em casa ontem, umas 8h30min, ele já tinha jantado, tomado banho e estava dormindo na rede. Um tmpo depois passei para o berço e, lá pras dez, ele ficou se mexendo. Sem acordar, levei-o pro nosso cantinho, e ele deu uma mamada daquelas de mal se mexer. Nem abriu os olhos, continuou dormindo e assim foi a noite toda.

É, parece que meu garotinho se adaptou bem à independência... Daqui a pouco vai querer dormir fora de casa... Mas só se for na casa da vovó...

domingo, 26 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Matheus

Esse post é em homenagem ao Matheus e à sua família. Aliás, que sorte a desse menino nascer cercado de pessoas tão especiais. Ou melhor: sorte não, é bênção mesmo. E bênção sem fim. às sete da manhã, orei para que nosso Papai do Céu estivesse ali, naquela sala de parto, cuidando de cada segundo da chegada desse garotinho ao nosso mundinho.

Que tudo que seus olhinhos vejam seja amor, que os sons sejam os mais suaves, que os movimentos sejam de aconchego e carinho, que as palavras venham profetizar a chegada de um grande menino e, daqui a pouco, um homem reto, firme nos propósitos que Deus tem para sua vida.

Matheus, ainda não o vi, mas sei que você é lindo, como todos os bebês. Não sei quem inventou essa história de dizer que recém-nascido tem cara de joelho. Ô coisa sem graça. Os bebês são as coisinhas mais lindas e fofas desse mundo. As mãozinhas, os olhinhos teimando em ficar fechados, a boquinha aberta, o corpinho curvado como se ainda estivesse no ventre. São lindos, sim, os recém-nascidos. Quem disser o contrário é porque não teve um pra cuidar e dar amor.

O Isaac nasceu pequenininho (48cm), magrinho (2.610kg), mas com cinco meses havia triplicado de peso - o que normalmente só acontece com um ano - e crescido um bocado. Muita gente olhava e se admirava de aquele menininho chorar tão forte, ter reflexos tão seguros e ser atento a tudo. Tudo isso só foi se firmando com o tempo.

Hoje meu bebê continua sendo a coisa mais fofinha desse mundo, só que mais pesado e maior. Mas, pra mim, independente de como ele fosse, seja ou será, vai ser sempre o meu filho. E, por mais que ele cresça, não vai deixar de ser meu bebê.

Mamãe sempre vai cuidar de você, viu? Isso é amor, filho. HOje você sente, mas um dia você vai sentir e entender que esse sentimento é o mais sincero que existe. E mais: cresce um pouquinho mais a cada dia, igualzinho a você. Quando você estiver bem grandão, igual ao papai, mamãe vai continuar querendo te colocar no colo, te beijar e te cobrir com o amor mais poderoso desse mundo.

Aí vou encostar seu rostinho no meu, você vai se acalmar e sentir a segurança que o fez parar de chorar no nosso primeiro encontro, na sala de parto. Foi ali que mamãe pediu, com o coração, pro Senhor abençoar meu menininho. E é assim que está sendo.

Amém.

domingo, 19 de setembro de 2010

Conselhos

Coisa boa na minha infância e início da adolescência era passar as férias com os avós. Entre as mil recomendações, uma é a mais viva: "quando a mamãe mandar tomar banho pra almoçar ou pra jantar, vá", dizia a minha mãe, falando da vovó.

Pode parecer estranho, mas esse conselho não esqueço. Ao contrário. É o primeiro que lembro quando me vem aquela época. Mas hoje entendo. Se eu conseguisse obedecer nesse ponto (que hoje parece simplório), obedeceria as outras recomendações com prontidão. Mais: se eu não conseguisse obedecer em algo tão simples, quando e com o que conseguiria?

Ora, não dava outra. Quando a gente via que o feijão-com-macarrão estava cheirando na panela de pressão, era bom começar a se arrumar: pegar toalha, sabonete, roupa e disputar o primeiro lugar na fila de primos na hora do banho. Mas sucesso mesmo era se tomasse banho no banheiro "novo", feito dentro de casa, não no "velho", de cimento batido, na parte externa da casa.

No interior - no caso, a União que se transformou em Jaguaruana -, as casas mais antigas só tinham um banheiro. E do lado de fora. Dava medo ir ao local à noite e se deparar com o quintal escuro, comprido e com o silêncio quebrado somente pelos grilos. É porque, também no interior, até cachorro dorme cedo. Como raramente tinha movimentação estranha, os da casa da vovó dormiam como pedra. Só o gato, o Zé Pretinho, é que esperava o final da novela das oito pra dormir. Enquanto isso, ficava se enroscando na cadeira de balanço da vovó, fugindo das cusparadas de fumo que miravam o penico, mas acabavam respingando no chão, no gato e mesmo nas pernas brancas e gordas da vovó.

Voltando ao banho. Antes de fazerem o banheiro novo, não tinha saída. O jeito era se aventurar naquele cubículo escuro, dividir espaço com um sapo gordo que ficava no canto da parede, o mais úmido, e jamais fechar os olhos durante o banho. Pra mim, o perigo era o sapo pular em cima de mim ou a caixa d'água, que funcionava como teto do banheiro, cair sobre minha cabeça. E ainda tinha a escada pra quem quisesse ou precisasse olhar a caixa. Se subi uma vez foi muito, porque tinha medo de, ao olhar a água, me deparar com uma sapo gigante ou algo do tipo, bem tenebroso. Eu e minha memória de terror - mas essa é outra história.

Como até o banheiro novo ficar pronto não tinha alternativa, o negócio era tomar banho ligeiro, vestir a roupa pra ir pra praça e jantar rápido, pra não perder tempo. Sim, por mais ridículo que pareça, na época em que já ia pra pracinha ainda tinha medo das coisas que minha mente inventada.

O fato é que não precisava ouvir os gritos da vovó mandando a gente ir tomar banho. Bastava uma, no máximo duas vezes ela mandar. Depois era só pendurar a toalha no varal do alpendre, do quintal ou do quarto grande. E bem esticadinha, porque se não era grito no meio do mundo.

Obrigada, mãe, vó. Hoje fico doente se deixar a toalha do Isaac em cima do berço, no colchão ou embolada no banheiro. Posso ser desorganizada em um monte de coisa, mas nisso não. E nem me importo quando o marido deixa a dele esticada na cadeira da sala, na porta do quarto. Que que tem? Não está esticada? E ele não tomou banho na hora certa pra poder jantar?

A única coisa diferente, no caso do bebê, é a ordem dos fatores que, nesse caso, pode alterar o produto. Primeiro ele janta, depois de meia horinha toma banho e ainda depois tem peito. Ele ainda não vai pra pracinha, mas é pra dormir cheiroso, limpinho e gostoso, como digo todo dia pra ele. Conselho de mãe. Será que ele vai lembrar?

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Obrigada

Com muito louvor

Deus não rejeita a oração, oração é alimento
Nunca vi um justo sem resposta, ou ficar no sofrimento
Basta somente esperar, o que Deus irá fazer,
Quando Ele estende suas mãos, é a hora de vencer

Então louve, simplesmente louve
Tá chorando louve, precisando louve
Tá sofrendo louve, não importa louve
Seu louvor invade o céu

Deus vai na frente abrindo caminho
Quebrando as correntes, tirando os espinhos
Ordena aos anjos pra contigo lutar
Ele abre as portas pra ninguém mais fechar
Ele trabalha pra quem nele confia
Caminha contigo de noite ou de dia
Erga suas mãos sua bênção chegou
Comece a cantar com muito louvor

Com muito louvor, com muito louvor
Com muito louvor

A gente precisa entender, o que Deus está falando
Quando Ele fica em silêncio, é porque está trabalhando
Basta somente esperar,o que Deus ira fazer,
Quando ele estende suas Mãos é a hora de vencer

Então louve, simplesmente louve
Tá chorando louve, precisando louve
Tá sofrendo louve, não importa louve
Seu louvor invade o céu


Quantas vezes cantei/orei essa música da Cassiane aqui em casa, sozinha, chorando na expectativa de as coisas acontecerem ou sorrindo na certeza da vitória... Botava o cd e repetia não sei quantas vezes, fechava os olhos, clamava a DEus para Ele ficar do nosso lado e fazer Sua vontade - não a minha.

Não tenho dúvida de que, naqueles momentos, DEus estava do meu lado, passando a mão na minha cabeça (ou seria no coração?) e dizendo "fica tranquila, filha, tudo tem seu tempo; tempo de plantar, de colher, de chorar, de sorrir, de clamar, de esperar, de agradecer". NUnca tive dúvida disso. Por isso, mesmo pedindo, já agradecia, pois tinha certeza de que DEus estava agindo "de noite, de dia", quando eu estava dormindo ou trabalhando. Ô Deus trabalhador, não para!

E hoje eu só posso agradecer, assim como a mãe do Theo, a Aline. Foi ela que me lembrou dessa música. A luta dela e, principalmente, sua fé são inspiradoras. Não é à toa que a vitória está lá, na porta dela. ALiás, no bercinho, dando gritos de vontade de viver. Esse menininho é abençoado e tem mudado a fé de muita gente.

Por isso, ver a música da Cassiane no www.vivoesinto.blogspot.com me fez rememorar aqueles momentos de oração, aquelas conversas que só meu Pai sabe bem a razão de cada palavra. Obrigava, Senhor, por ter me dado forças para orar e mesmo chorar, sim, mas jamais me desesperar ou achar que estava sem resposta. Mesmo nas dificuldades eu sabia que o Senhor estava comigo, e a alegria vinha de Ti, somente de Ti, que nos dá um motivo verdadeiro (e não passageiro) para sorrir. Tenho certeza de que o Senhor está com aquela família também e que aquele garotinho vai dar seu testemunho de vitória. Sim, porque a mãe dele já está dando. Eu e muita gente queremos ver o Theo contando isso. E veremos!

Amém.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Festa

Domingo tem comemoração aqui em casa. Melhor: com papai e mamãe de folga! A festa vai ser grande...

Essa foto foi do aniversário do papai, dia 25 de agosto. Surpresa boa demais. O primeiro com bebê. No outro, Isaac estava ainda na barriga. Era nosso segredinho que crescia devagar e agora já está virando um rarazinho...

"Eu tenho um blog"

Foi assim que minha amiga Paola confessou que anda malinando na rede. E eu também! Que besteira, cada uma de um lado, parece que está fazendo coisa errada. Será que no fundo, no fundo somos tímidas?

(pode rir, é uma piada)

E eu agora também tenho twitter. A Janayde que fez. Mas esse é pra saber do que anda acontecendo no mundo.

Esse aqui é do meu mundinho, que é bem maior que esse mundo doido lá fora. Maior e melhor.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Passarinho

Eu sabia que meu gosto por passarinho não era à toa. O vovô criava canário, cuidava dos bichinhos com o maior zelo. Eu achava lindo o jeito dele - mas não os animaizinhos presos, essa é outra história. Ele colocava o banco de madeira no alpendre, subia e ficava lá colocando comida nas gaiolas, água. Não sei quantos eram, mas lembro que eram todos canários, bem amarelinhos.

Quando estava grávida, achava lindo tudo de passarinho. Dizia que, se fosse fazer tema no quarto, seria de passarinho. Acabou não sendo, mas meu gosto não mudou. Aqui no blog, está aí o passarinho no canto da página, alegrando o espaço.

Criança, aquele filme O Pássaro Azul era sonho. Repetido diversas vezes na sessão da tarde, era sempre novidade pra mim. Hoje nem lembro direito o enredo, mas sei que tinha uma menininha que vivia em busca da tal avezinha rara. Era como uma busca pela história dela, pelo amor escondido nas pessoas, pela simplicidade.

Hoje tenho um passarinho só meu. Na verdade, o Edson foi quem botou o apelido, porque toda vida que o Isaac está comendo assim que engole abre logo a boquinha pra próxima colherada. Quando não, é porque vê a gente comer a abre a boca pra partilhar também. E fica com a boquinha aberta até perceber que não tem comida pra ele (porque é de gente grande, depois ele entende) ou até que a gente satisfaça sua doce vontade de menino.

Bebê, a mamãe sempre vai te alimentar. Na barriga era com todos os nutrientes que o meu corpo mandava pra você crescer forte e saudável, depois e agora com o leitinho do peito, também com mil frutinhas, comidinhas saudáveis e sempre, sempre, sempre com o amor mais gostoso que existe. Sempre mesmo, viu?

Planos

Desde que comecei a me interessar por sites e blogs que falam de maternidade, simpatizei logo com o cinematerna.org.br. Achava o máximo a seção de filme, no cinema convencional, só pras mamães e bebês. Começou em São Paulo, hoje tem em várias cidades e agora vai chegar a Fortaleza! Vi uma materizinha no jornal e corri pra me informar. Mandei e-mail, falei com a assessora de imprensa, disse logo que faria a pauta no dia e/ou antes, mas fiquei arrasada quando descobri que não poderei ir.

Amanhã começo minha temporada (um mês) de trabalho à tarde, e o evento será às 13h30min do dia 16, no Iguatemi. Justo no horário em que já preciso estar aqui. Que maldade! Isso não deveria ser feito com mães ansiosas por algo tão especial. De qualquer maneira, estou inscrita no site e farei o possível e impossível pra ir às outras seções. E tenho que correr mesmo, porque os beb~es que vão ao cinema devem ter no máximo 18 meses. O meu vai fazer sete próximo dia 12. Gente, como passa rápido!

Mesmo que não dê pra ver o filme, que o nenem passe o tempo dormindo ou chorando (ninguém vai olhar torto nem reclamar), o legal é que o programa é pra mãe e filho e pra gente interagir com quem está passando pelos mesmos dilemas e alegrias. Uma pena mesmo eu não poder ir. Mas tudo bem. Enquanto isso, vou curtindo aquele programinha só nosso, na rede da sala, em que ele fica olhando nos meus olhos e esticando o braço pra pegar no meu rosto. E ali adormece com o peito na boca, a melhor coisa do mundo pra ele e pra mim. Quero nem pensar quando isso a gente não puder mais fazer... Dá até vontade de chorar... Nesse caso, acho que eu é que estou dependente e não quero qualquer fiozinho de independência...

Independência ou colo!

Meu bebê está crescendo. Não para! Quer toda hora brincar, brincar, não se cansa! Adora fica sentado na minha cama, cercado de brinquedinhos. No banho, já bate a mãozinha na água e molha quem estiver por perto. O xodó do banho continua sendo o peixinho, mas também já brinca com a saboneteira e com o palhacinho partido em três. Bota na boca, chupa, joga, segura a borda da banheira pra se levantar, se irrita quando quero que ele se deite pra lavar a barriguinha e as pernas. Essa parte procuro fazer rapidamente, pra ele não se incomodar tanto e, principalmente, pra hora do banho ser só uma diversão. Daqui a pouco esse menino quer tomar banho sozinho!

Outro sinal de independência dos últimos dias é a dormida no quarto dele. A primeira noite "sozinho" foi a de sábado pra domingo. Ora, achou ótimo! Eu é que fiquei me levantando não sei quantas vezes pra ver se ele estava bem. Nem coloquei babá eletrônica, porque qualquer movimento ou barulho eu acordo mesmo. Além do mais, o quarto dele é do lado do nosso. Impossível não acordar. A não ser que a gente ligue o ar, dá pra ficar assim mesmo. E não precisa de ar esses dias. Está muito frio à noite! Aqui em casa já tem bastante vento, mas essas madrugadas estão demais. O Isaac dorme de pijaminha (camiseta e short) e meia, mas hoje acho que vou vestir uma calça.

Hoje, feriado, estou trabalhando. Mas ele e o paizinho foram pra casa da minha sogra. É bom que lá ela faz o almoço direitinho dele, e o Edson descansa um pouco - oq ue não falta é gente querendo cuidar dele. Eu fico aqui só me lembrando, cheia de saudade e de vontade de dar um cheiro bem gostoso naquela barriga fofinha e no cangote.

Nariz Entupido

As três gripes que o Isaac teve quando era bem novinho (dois, três e quatro meses) nos deram muita dor de cabeça, tiraram nosso sono e deixaram nosso coração na mão, só de ver o bichinho incomodado com a febre. Passou. Graças a Deus.

Mas ele continua tossindo e espirrando de vez em quando. Contudo, percebo que ele está mais forte. Já entra em contato com gente doente, poeira e não fica mais doente com tanta facilidade. Mesmo assim, claro, não relaxo. Limpamos o narizinho dele várisa vezes ao dia, fazemos tudo que o médico pede direitinho.

Mas de duas noites pra cá apareceu uma novidade: nariz entupido. Anteontem ele foi dormir depois de meia-noite. Mamava, dormia, mas quando eu o deitava no berço ele acordava e chorava bastante. Essa noite ele dormiu mais cedo, mas lá pelas duas da manhã acordou do mesmo jeito. O pai embalou, cantou, até que o nenem dormiu de novo, sem precisar mamar.

Tenho minha teoria. Nessas duas últimas noites estava muito frio aqui em casa. Chega o chão estava gelado. Engraçado é que de dia ele fica normal, o nariz mal escorre. Pra quem não tem filho, isso é uma tremenda bobagem. Mas não tem coisa pior do que ver aquela coisinha pequena incomodada e não pode fazer nada - nem ele nem eu. Aliás, a gente até faz. Mas, como ele não sabe se assoar, fica irritado. Pelo menos de dia ele tem dormido bem. E, depois que passa o período pior, volta a dormir tranquilo. Detalhe: está dormindo no quartinho dele. Mas essa é uma outra história.

domingo, 29 de agosto de 2010

Farrinha zero

Ontem o sábado era pra ser de mais farra. Tinha um chá de bebê, encontro das meninas do fórum, casamento. Pergunta se fui a algum? Nenhunzinho. Fui fazer as unhas, mas atrasou e desandou tudo. Quando cheguei em casa, ainda teria que dar banho no Isaac, dar frutinha, peito. Mas uma coisa atrasou a outra e ficou tarde pra tudo. Além do mais, ele estava meio choroso. Será que é dente?

Bem, o fato é que, com filho, não é só o relógio biológico que muda, é o do mundo! Tudo fica mais corrido, o tempo pra fazer o que não é pro bebê fica mais curto, a gente está sempre olhando o tempo passar com agonia, porque queria estar com o nenem...

Por exemplo: faz seis meses que não sei o que é dormir oito horas seguidas. Antes, final de semana, acordava na hora em que bem entendia, se não fosse trabalhar. Tomava café tarde, ficava pensando onde iria almoçar, ia do sofá pra cama e pra rede na maior calma, escolhendo o melhor local pra esticar as pernas.

Banho, então, tomava com a maior calma do mundo. Uns três por dia. ALiás, minto: o da manhã era mais corrido, mas não deixava de tomar jamais. Era sagrado. Acordava com o tempo contado pra tomar banho, café e me arrumar. Tudo certinho. Nunca chegava atrasada no trabalho.

Agora?

Tudo corrido. E quando dá!

É, de fato, as horas mudam. Hoje, pra mim, a melhor hora que existe é a que divido com meu filho. Posso não ter tempo pra mais nada, mas esse tempo é sagrado. Aí o relógio para, esqueço o mundo e mergulho num tempo que não tem hora pra acabar. AGora é o Isaac o meu relógio das horas, da vida, de todo o tempo que já passou, do porvir e de tudo que se pode pensar.

sábado, 28 de agosto de 2010

Farrinha

A farra dos colchões. Literalmente.

Explico: levamos o principezinho pra inauguração da loja de colchões de um amigo nosso. Ora, o bebê já chegou lá dormindo. Foi mamando no carro (só faço isso em último caso; dessa vez, sabia que ele estava com sono), dormiu e permaneceu assim por um bom tempo. Detalhe: tinha um moço tocando violão dentro da loja, várias pessoas conversando, crianças correndo de um lado pro outro. Por outro lado: o ar-condicionado estava friozinho, já passava das 19 horas e o nenem não tinha dormido de tarde. Então, juntou o sono com a vontade de dormir.
Todo mundo chegava, olhava, dizia que ele estava lindo e, lindo mesmo, ele continuava dormindo.
A gente não podia deixar de ir. Essa família é muito querida, torcemos muito por todos.
Quando acordou, o Isaac ficou todo simpático. Olhava pra um lado, pro outro, ria, ia pra um braço, pro outro, ria. ATé que sentiu vontade de mamar.
Fomos pro carro, ligamos o ar, ele mamou, voltamos, mas ele ficou enjoadinho e logo fomos embora.
Em casa, tomou um banho bem gostoso, mamou e logo dormiu.
Ô farra boa... É indo de um lado pro outro, rindo, bebendo (leite, claro), sendo paparicado... Assim é bom demais. Mas quem manda ser querido demais também?

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cof! Cof!

Bençãozinha...

...

Muito cansada. Se duvidar, não escrevo mais uma letrinha sequer, mas vamos lá! ANiversário do papai, mas quem foi o centro das atenções foi o bebê (novidade...). Todo engraçado. Inaugurou a camisetinha com o nome dele estampa de macaquinho que as meninas do jornal deram (segredo: é um pijaminha, mas é tão lindo, que dá pra usar assim, despretenciosamente).
Bom. Não comprei presente pro Edson, mas fiz um monte de coisa em poucas horas. Mamãe comprou uma torna, encomendei os salgadinhos, cortei figurinhas de um papel de presente, enfiei com palitinho nos brigadeiros feitos pela Dona Zélia, nos salgadinhos, arrumei a mesa bem bonita e pronto. Ana Lívia fez teatrinho com fantoches (galinha Lilica e cobra Rosa), titos vieram, Vovô, vovó. Ah! Meu pai comprou os refris, e Adriano e Rosa trouxeram outra torta doce e uma de frango. AI, comi tanto...
AGora estou um caco... O principezinho já está dormindo. A novidade é que abaixamos o berço portátil. A Márcia foi inventar de limpar e tirou um monte de poeira. Muita mesmo... Talvez por isso o bichinho esteja com essa tosse.
Por falar nisso. HOje foi o segundo dia da fisioterapia. Ele chorou que só, mas porque estava com fome, tadinho.
Meu bebê está gulosinho demais. Quer tudo que aparece na frente. PArece um passarinho abrindo o biquinho. Muito lindo...
É minha bênçãozinha crescendo...

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Fofíssimo

Vim aqui só pra dizer que o meu bonequinho está uma fofura, gostoso demais, uma delícia. E simpático que só... Ontem fomos à casa da vovó - a minha. Ele foi pra mão das titias, da vovó (dele) e até o vovô (meu) sorriu quando viu o pequeno. Disse que ele tem os "olhos vivos".

- É da Martinha?
- É, o Isaac.
- Isaac?
- É.

OLhar distante do meu avozinho e um sorriso de criança, no alto dos seus 87 anos.

- A bênção, vô.
- Deus abençõe.
- Amém.

Eu nem cogitei, mas me mandaram lavar a mão. É porque o vovô está velhinho, pega no nariz, se enrola todinho, fica igual a menino na rede. Menino magrinho, mas que dançava com o ar, na baira da praia, no alpendre de casa, quando eu era menina. Saudade, vô. E quando tocava o disco do Nelson Gonçalves, a dança era de braço com o ar, olho fechado de saudade.

Aí a gente pedia: "beija a vovó, beija a vovó". A risada corria pela casa e, depois de um charme, saía o beijo ali, na cozinha, vestido com cheiro de comida, óleo de coco no cabelo.

Saudade, vó. Ela estava dormindo. Mas só sua presença enche toda a casa.

Ai, saudade demais, com nó na garganta e um certo medo. Vó, vô, fiquem aqui, viu?

- A bênção...
- Deus abençõe.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Greve não!

Pelo menos aqui em casa. Lá fora, na cidade, é a segunda greve de ônibus neste ano. Mas a de agora é a primeira que, diretamente, me afeta. Tenho que chegar 7 horas no trabalho, mas tenho começado a trabalhar 5, 6, ainda em casa, por telefone. Pessoal vai pra rua cedo, pra ver a movimentação (leia-se quebradeira, confusão, gente nas paradas, terminais lotados, trânsito lento, ruas fechadas, pneu furado, vidro quebrado).
Mas o príncipe nem sonha com isso. Por isso, com ou sem ônibus na rua, peito não pode faltar. Cedinho acordo o bebê pra mamar. Hoje ele ficou mamando e eu, vendo os sites, ligando pro povo. Ê loucura... O que a gente não faz por...
Trabalho?
Não, pelo filho. É tudo por ele.
Mas Deus é tão bom, tão bom, mas tão bom, que hoje tive uma notícia maravilhosa. ALém de nossa cobertura ter ficado melhor que a do concorrente (pelo menos na minha opinião), minha amiga (colega não, amiga) Eri me fez sorrir largo hoje à tarde. Como disse a ela: "só você mesmo pra fazer isso por mim".
Ela sabe o que é.
Quero pessoas assim perto do meu bebê. Que gostem da mamãe, que gostem dele, que nos queiram bem.
Obrigada, chefa. Só tu mesmo...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Mais uma da saga

Sim, vários dias se passaram, e a saga continua. A cidadã ainda está aqui em casa, mas só enquanto não arranjo outra pessoa. Já briguei, chorei, me descabelei. Eu só queria uma pessoa que cuidasse do meu bebê com o mínimo de noção, higiene e carinho. Sei que ninguém vai cuidar como eu e o papai, mas será possível que ão exista uma pessoa nesse mundo que queira trabalhar direito?
Pelamordedeus!
A gente se sacrifica no trabalho, faz de tudo pra chegar no horário, fazer tudo direitinho, e pra essas criaturas voltar da folga na segunda à noite é nada demais. Espirrar e lavar a mão: nem pensar! Só se eu pedir mesmo...
Mas já sei que isso tudo é questõ de educação. Ponto. Criações diferentes, visões completamente diferentes. Tem nada a ver com dinheiro, escola. É princípio, que se aprende em casa, com pai e mãe.
Coisas que faço questão de ensinar ao meu filhotinho. Pelo menos de uma coisa eu tenho certeza: ele vai saber o que é responsabilidade. Porque isso eu posso dizer que o pai e a mãe dele tê.
Orgulho?
Jamais.
Acho que é mais revoltar.
Já falei com Deus e o mundo. E nada. Mas vai aparecer. Eu creio. Se não, as alternativas são: agência caríssima para contratar babá (e sem garantia 100%), creche ou deixar com as avós enquanto aparece outra pessoa.
Deus, me ajude!
Só quero que meu filhinho fique bem, que coma direitinho, que durma seu soninho nos horários certos, que tome banho e se esbalde na banheira e com o peixinho e, acima de tudo, que seja um bebê feliz. É demais pedir isso?
Tô vendo a hora ter que largar tudo pra ficar com ele. "Ô coisa chata"...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Saga

Todo mundo dizia, mas a gente só sabe quanto sente na pele. A busca pela babá (eu nem sonhava que fosse perfeita) apenas começou aqui em casa. Há um mês e meio estamos com uma - na verdade, a primeira. E vai ficar por aí. Na próxima folga, que é sábado, ela vai e não volta. Ela não sabe, mas eu já tenho certeza. E por quê?
O motivo poderia ser de total felicidade, mas não para ela. Está grávida. Ela ainda não sabe que eu sei, mas tenho fontes seguras (faxineira e sogra) que me confirmaram tudo. Mas isso não é tudo. Ela está decidida a não prosseguir com a gravidez.
Pior: pediu a faxineira pra ajudar, comprando um comprimido. Foi aí que a Francisca não aguentou e me contou, já antecipando que não ajudaria coisa nenhuma. Certíssima.
Pois bem. Se ela quer fazer essa besteira (pra não perder o namorado), que faça, mas bem longe da minha casa, dos meus olhos, do meu bebê. É muito incoerente cuidar de um bebê e não dar um pingo de valor à vida. Isso pra mim é ponto fundamental.
Nâo quero. Desde que soubemos minha sogra está vindo pra cá todos os dias. É pro bebê não ficar um minuto sozinho com a doida.
Em meio a isso tudo, também aconteceu um monte de coisa: dente quebrado inflamou, dentista, antibiótico, anti-inflamatório, dor, muita dor, cirurgia na gengiva, alívio... Mas ainda falta terminar o tratamento.
Pra completar, a partir de segunda tenho que chegar ao trabalho às sete horas. Pense... Se não estou conseguindo chegar oito, imagina uma hora antes... Mas Deus proverá!
Pelo menos com o bebê está tudo bem, muito bem. Na onda dos suquinhos, sábado ele tomou um que adorou: melancia. Huummm... Puxou à mamãe, que ama essa fruta. Ontem foi de maça, hoje de novo. Ontem à tarde também teve mamãozinho, o primeiro alimento sólido do bebê. Comeu bastante, até me admirei. Hoje vou dar de novo. O bichinho estava com o intestino preso. Foi só comer mamão, ontem, que hoje o efeito apareceu - e bem muito!
Agora ele está lá,dormindo na redinha igual a um anjinho. Mas, acordado, está que não para! No banho, só quer ficar em pé. Arqueia o corpo todo pra se levantar da banheira, do bebê-conforto, da rede. Quando não, tenta erguer a cabeça. Faz tanta força que faz careta. E se não conseguir fica com raiva! Um gênio...
É o meu pequenininho mostrando que tem personalidade, e forte.
Não sei a quem puxou...

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Febre e mais... saúde

O amor cresce todo dia e nos faz conhecer e reconhecer a maternidade em cada gesto de afeto. Mas a dor também tem sua serventia, nesse sentido. Segunda à noite, o Isaac apareceu com uma febre que logo controlamos com paracetamol, compressas com água fria e banho. Mas deixa que era só chegar a hora de tomar outro remédio que a temperatura voltava a subir. Foi assim até essa madrugada. Sim, essa peleja ensina a ser mãe. Também.
Na terça, o médico disse que se tratava de adenovírus. Não passou aerossol, xarope, nada disso. Só remédio pra controlar a febre e um fitoterápido que, segundo ele, aumenta as defesas.
Graças a Deus, o máximo que deu foi 38,5. Ele chorou com os banhos frios, ficou sem paciência com as camisetinhas feitas de compressa nas pernas e braços e a fraldinha molhada na cabeça, mas vale a pena demais tomar essas medidas extras.
Em uma dessas madrugadas de temperatura mais alta, a febre chegou a baixar dois graus com as compressas e o banho. Isso dentro de uma hora, mais ou menos.
Nem trabalhei ontem pra ficar com o bebê e, principalmente, pra ele mamar na hora em que quisesse. É que o médico disse pra gente não introduzir nenhum novo alimento com o bebê assim, doentinho. Além disso, falou que o suco de laranja lima talvez estivesse afrouxando o intestino. Tanto que ontem ele nem tomou.
Quando ele ficar bom mesmo, totalmente, vou dar frutinhas e outros sucos. E o peito continua, claro...
Hoje de manhã o termômetro ainda mediu 37 graus, mas nada comparado aos 38 que fazem o nenem gemer e reclamar de tudo. O médico diz que é porque o corpo fica dolorido, igual a gente grande. O bichinho...
Nesse negócio de bota termômetro, marca no rel´gio, dá banho, faz compressa, as horas se passam e a gente não come direito, não toma banho direito e, principalmente, não dorme. Resultado: destruição total, ainda mais porque o sofrimento do bebê dói demais na gente, mais do que qualquer outra coisa. Nessas horas, só peço pra Deus tirar toda enfermidade, toda dor e deixar o bebê dormir o soninho tranquilo dele. Pra mim isso é tão importante, porque sei que, dormindo, ele está descansando das estripulias, crescendo e se desenvolvendo (sim, o hormônio do crescimento age mais quando a criança está dormindo) e em paz. Tanto que às vezes sorri com o olhinho fechado e dá uma risadinha bem baixinha, sem acordar... Coisa mais linda!
E agora ele está inventando moda: quer dormir de lado, como quando nasceu. Fica a coisa mais linda, com as pernas grossas uma por cima da outra e o rostinho de lado. Dorme tanto que nem se mexe. Diferente de quando dorme de barriga pra cima, quando qualquer coisinha o assusta.
Agora, nesse momento, ele deve estar dormindo de bruços, mas porque é na rede. Cearense, né? Fazer o quê?! Mas à noite é no berço, do lado da mamãe, pra eu só levantar a cabeça e conferir o sono de paz do meu anjinho...

sábado, 17 de julho de 2010

Espoleta

O Isaac está que não para! No berço, principalmente na troca da fralda, vira de um lado para o outro rapidinho. Até uma semana atrás ainda fazia uma força tremenda pra se emborcar, mas agora não. Basta ter uma brechinha e pronto! Às vezes tem só um pouco de dificuldade pra tirar o bracinho de baixo do corpo, mas até isso ele está melhorando. Como ele aprende rápido... E sozinho! Essas coisas ele mesmo descobriu e vai aperfeiçoando. É muito bom ver meu menininho descobrindo o mundo assim, aos pouquinhos.

O banho também virou uma aventura. Se ficar deitado de barriga pra cima, ele se estica todo pra ficar em pé. Faz força nos pés e ergue o corpo na marra. Preciso toda hora ficar dobrando as perninhas pra ele ficar sentado. E bate perna, bate braço, uma graça!

Ah! E pense num menino gemedor... É muito engraçado! Fica fazendo força, geme, se mexe e faz tanta força que até suja a fralda. Por falar nisso... Como anda sujando a fralda esse menino. Não sei se é o suco, mas está que é um troca-troca de fralda que nem presta!

Parece que agora ele regularizou mais o sono. Depois de ficar uns dias dormindo a noite toda (no comecinho do quarto mês), agora ele acorda uma só, mama e só acorda de novo no começo da manhã. Aí mama, mama, fica acordado e eu vou trabalhar. Lá pras 9h30min ele toma o suco, toma banho e dorme. às vezes dá um trabalhinho pra dormir, mas sempre tira essa sonequinha de manhã. E é uma soneca boa, de pelo menos duas, três horas. À tarde já dorme menos, mas aí também é até bom pra não atrapalhar o sono da noite.

Mas uma coisa é certa: quanto mais ele dorme de dia, melhor dorme à noite, parece que fica mais calminho, menos estressado. Agora mesmo ele está dormindo na sua redinha, que ele adora. De noite não, continua no berço portátil, do meu lado. Coisa mais linda...

Mudanças

Ou melhor, mudança. A principal, a mais esperada, mais temida chegou: a volta ao trabalho. Foi segunda-feira. E, pra voltar à realidade mesmo, já peguei um plantão nmo fim de semana. Sim, além da semana toda trabalhando, sábado e domingo também é dia de labuts.

O primeiro dia foi péssimo. Entrei no jornal chorando e ouvi do meu chefe o que jamais imaginava: "está emocionada?".

Como assim "emocionada"? Estou louca de saudade, preocupada, querendo estar com meu bebê a qualquer custo, isso sim. Pelo menos ele atendeu ao meu pedido de meu deixar na Redação, pois nesses primeiros dias precisaria ir em casa no meio da manhã, imaginava. E fui. Mas só no primeiro dia, pro bebê mamar.

É que a babá resolveu só voltar da folga à noite (um tio morreu), e o nenem ficou em casa com o pai e minha sogra. Vim correndo no meio da manhã, depois voltei pra casa a pé, à tarde. Acabei criando um calo horroroso e dolorido. Fazia tanto tempo que não andava o sol...

O bom disso tudo é que revi algumas pessoas queridas. Claro, o que mais ouvi foi "cadê o bebê?". "Está bem, em casa, a coisa mais fofa..." Não sei quantas vezes repeti isso. Outra coisa boa é que todo mundo disse que estou superbem, que nem parece que tive filho, que estou bem mais magra. Que bom, mas falta emagrecer um bocado.

Tive tanta raiva da babá, porque tinha certeza de que ela não voltaria, sendo que ela sabia que eu voltaria a trabalhar justo naquele dia. Por fim, quando ela chegou, apesar da raiva, fiquei aliviada.

Caí na real. A gente precisa desse povo, não tem jeito. E precisa mais doq ue gostaria.

Enfim. O resto da semana foi tranquilo. Não precisei mais voltar no meio da manhã, porque o fofinho está tomando suco de laranja lima como lanche. Aí volto no almoço e lá pras três horas, pra não mais voltar. O bichinho pega o peito com uma vontade, que nem se mexe quando mama. Fica só olhando pra mim e sugando, sugando... Tão lindo, tão amado...

O que há de bom nisso tudo? Que eu volto pra casa e encontro, todo dia, graças a Deus, meus dois amores. Obrigada, Jesus....

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Bons sonhos

"Tô com soninho"

Recém-nascido: 1 Semana
- Bebê dorme bastante, 15-18 horas/dia
- Geralmente em intervalos de 2-4 horas
- Não há padrão de sono

2 a 4 semanas
- Sem tabela de horários, permita que o bebê durma quando precisa
- Bebê provavelmente não dormirá por periodos longos à noite
- O maior período pode ser de 3-4 horas

5 a 8 semanas
- Bebê está mais interessado em brinquedos e objetos
- O maior período de sono começa a aparecer regularmente nas primeiras horas da noite
- O período mais longo é de 4-6 horas (menos se tem cólicas)
- O bebê "fácil" tem períodos mais regulares
- Ponha-o para dormir aos primeiros sinais de cansaço
- Ponha-o pra dormir: não mais que 2 horas acordado
- Após acordar pela manhã já está pronto para soneca somente 1 hora depois
- O bebê vai se distrair mais facilmente, então precisa de um lugar quieto pra dormir
- Crie uma rotina de atividades que acontecem antes de cada soneca e da hora de dormir à noite
- Sinais de extrema fadiga: irritável, puxa o próprio cabelo, bate na própria orelha

3 a 4 meses
- A necessidade é maior de um lugar calmo e quieto para dormir, pois o bebê se distrai mais facilmente
- Não deixar o bebê acordado por mais de 2 horas (alguns agüentam somente 1 hora)
- 6 semanas de vida é quando o período de sono mais longo deve ser preferencialmente à noite (não de dia)
- O maior período de sono é somente de 4-6 horas
- Comece a colocar o bebê para dormir antes dele começar a ficar irritado ou sonolento

4 a 8 meses
- O sono do bebê se torna mais como o do adulto, com período inicial de não-REM
- A maoria acorda entre 7 da manhã, mas geralmente entre 6-8.
- Se o bebê acordar antes das 6 é bom colocar para dormir após mamar e trocar a fralda
- Não é possível mudar a hora que o bebê acorda de manhã colocando-o para dormir mais tarde
- Comidas sólidas antes de dormir tambem não resultam em acordar mais tarde
- O período acordado de manhã deve ser de cerca de 2 horas para bebê de 4 meses e 3 horas para bebês de 8 meses
- Então a soneca da manhã é por volta das 9 horas para a maioria
- Tenha um período tranqüilo e quieto, parte da rotina de dormir, com duração máxima de 30 minutos. Essa rotina deve começar 30 minutos ANTES do fim do período que o bebê fica acordado
- Um soneca só é restauradora se é de 1 hora ou mais, algumas vezes 40-45 minutos conta, mas 1 hora ou mais é o ideal
- Conte com outra soneca após 2-3 horas acordado
- Evite mini-sonecas no carro ou parque
- Não deixe o bebê tirar uma sonequinha para compensar uma soneca perdida
- Se o bebê tira a soneca quando deveria estar acordado, bagunça a rotina acordado/dormindo
- A Segunda soneca é geralmente entre meio-dia e 2 da tarde (antes das 3)
- Deve durar 1-2 horas
- Uma terceira soneca poderá ou não ocorrer, se ocorrer será entre 3-5 da tarde e geralmente bem rápida
- A terceira soneca desaparece por volta dos 9 meses de idade
- A hora de dormir ideal é entre 6-8 da noite, decida pelo quanto a criança está cansada
- Empregue uma rotina antes da cama com a mesma seqüência de eventos toda noite, assim a criança começará a predizer o que vem a seguir, ou seja, o sono
- A criança poderá acordar de 4-6 horas depois para mamar, algumas estarão com fome mas outras vão dormir direto, depende do indivíduo
- Uma Segunda mamada podera’ ocorrer por volta de 4-5 da madrugada,

9 a 12 meses
- A maioria dos bebês dessa idade realmente precisam de 2 sonecas/dia com duração total de 3 horas de sono
- Por o bebê pra dormir à noite mais cedo permitirá que ele durma até mais tarde de manhã (em alguns casos não )
- Rotina usual: acorda às 6-7 da manha, soneca da manhã 9:00, soneca da tarde 1:00 (antes das 3 pra não atrapalhar com o sono da noite), dormir à noite entre 6-8 pm
- Se o bebê que dormia à noite toda começar a acordar, tente antecipar a hora de dormir gradualmente de 20-20 minutos.

12 a 21 meses (1 ano a 1 ano e 9 meses)
- Muda de 2 sonecas para 1 soneca/dia, total duração de sono 2 horas e meia
- Se a mudança para 1 soneca é difícil, tente por na cama mais cedo, a criança poderá tirar 2 sonecas num dia e 1 no outro até estabilizar

21 a 36 meses (1 e 9 meses a 3 anos)
- Maioria das crianças ainda precisam de uma soneca
- Em média a soneca é de 2 horas mas pode ser entre 1-3 horas
- Maioria das crianças dormem entre 7-9 da noite, acordam entre 6:30-8 da manhã
- Se a soneca não aconteceu, é preciso por na cama mais cedo ainda
- Se a criança não dorme bem durante a noite, não permitir que a criança tire a soneca pode ser problemático, causar extrema fadiga
- Se a criança acorda entre 5-6 da manhã, e está bem descansada, pode-se tentar encorajar mais sono com cortinas escuras
- Ir pra cama mais cedo pode resultar em acordar mais tarde de manhã (sono traz mais sono, na maioria dos casos)

3 a 6 anos
- A maioria ainda vai dormir entre 7-9 da noite, acorda entre 6:30 e 8 da manhã
- Aos 3 anos a maioria das crianças precisam de 1 soneca todos os dias
- Aos 4 anos, cerca de 50% das crianças tiram soneca 5 dias/semana
- Aos 5 anos de idade, cerca de 25% das crianças tiram soneca 4 dias/semana
- Aos 6 anos de idade as sonecas geralmente desaparecem
- Aos 3 e 4 anos a soneca dura 1-3 horas
- Aos 5 e 6 anos a soneca dura entre 1-2 horas

7 a 12 anos
- A maioria das crianças de 12 anos vão dormir entre 7:30 e 10 da noite, na média 9 da noite. A maioria dorme 9-12 horas/noite.
- Muitas crianças de 14-16 anos agora precisam de mais sono que quando eram pré-adolescentes para manter a atividade ótima e serem alertas durante o dia


Fonte : Tabela de sono dos bebês
(http://solucoes.multiply.com/journal/item/1)

Notas do livro “Healthy Sleep Habits, Happy Child”, de Mark Weissbluth, MD

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Muita água

Também, quase um mês se passou desde o último registro. O príncipe teve outra gripe, já se recuperou, foi às primeiras festinhas, segura alguns objetos (principalmente se for de pano), está dormindo quase a noite toda (ai, que maravilha, só acorda por volta de cinco horas da manhã), sorri bastante, faz mais barulhinhos, cospe a vitamina e está mais fofo do que nunca.

Lindo, lindo, lindo!

E o amor aqui dentro? Cresce a cada segundo...

sábado, 15 de maio de 2010

E agora?

Muita gente já conhece, mas não custa registrar...

ANTES DE SER MÃE


Silvia Schmidt


Antes de ser mãe, eu fazia e comia
os alimentos ainda quentes.
Eu não tinha roupas manchadas,
tinha calmas conversas ao telefone.
Antes de ser mãe, eu dormia o quanto eu queria,
Nunca me preocupava com a hora de ir para a cama.
Eu não me esquecia de escovar os cabelos e os dentes




Antes de ser mãe,
eu limpava minha casa todo dia.
Eu não tropeçava em brinquedos e
nem pensava em canções de ninar.
Antes de ser mãe, eu não me preocupava:
Se minhas plantas eram venenosas ou não.
Imunizações e vacinas então,
eram coisas em que eu não pensava.




Antes de ser mãe,
ninguém vomitou e nem fez xixi em mim,
Nem me beliscou sem nenhum cuidado,
com dedinhos de unhas finas.
Antes de ser mãe,
eu tinha controle sobre a minha mente,
Meus pensamentos, meu corpo e meus sentimentos,
e dormia a noite toda.




Antes de ser mãe,eu nunca tive que
segurar uma criança chorando,
para que médicos pudessem fazer testes
ou aplicar injeções.
Eu nunca chorei olhando pequeninos
olhos que choravam.
Nunca fiquei gloriosamente feliz
com uma simples risadinha.
Nem fiquei sentada horas e horas
olhando um bebê dormindo.




Antes de ser mãe, eu nunca segurei uma criança,
só por não querer afastar meu corpo do dela.
Eu nunca senti meu coração se despedaçar,
quando não pude estancar uma dor.
Nunca imaginei que uma coisinha tão pequenina,
pudesse mudar tanto a minha vida e
que pudesse amar alguém tanto assim.
E não sabia que eu adoraria ser mãe.




Antes de ser mãe, eu não conhecia a sensação,
de ter meu coração fora do meu próprio corpo.
Não conhecia a felicidade de
alimentar um bebê faminto.
Não conhecia esse laço que existe
entre a mãe e a sua criança.
E não imaginava que algo tão pequenino,
pudesse fazer-me sentir tão importante.




Antes de ser mãe, eu nunca me levantei
à noite toda , cada 10 minutos, para me
certificar de que tudo estava bem.
Nunca pude imaginar o calor, a alegria, o amor,
a dor e a satisfação de ser uma mãe.
Eu não sabia que era capaz de ter
sentimentos tão fortes.
Por tudo e, apesar de tudo, obrigada Deus,
Por eu ser agora um alguém tão frágil
e tão forte ao mesmo tempo.
Obrigada meu Deus, por permitir-me ser Mãe!

Mamífera mãe

A gente planejou ir à casa das nossas mães, comemorar junto. Não deu por causa da gripe. Mas meu filho estava comigo e com o pai, o pai deu um presente lindo (camisa com foto do nenem assim que saiu do banho, a coisa mais linda) e agradeci muito a Deus por, finalmente, poder comemorar esse dia. Foi tanta espera, momentos dificílimos, algumas decepções e dores sem tamanho para, hoje, eu saber que os dois anos e sete meses de luta foram só o começo pra eu ser a mãe em que estou me transformando hoje. Em poucas letras: mãe-coragem. Obrigada, Senhor. É muito mais do que sonhei, pedi e imaginei. É um amor que vem com recompensa imediata e direta. É um coração que pulsa fora da gente, mas não deixa de ser nosso. É saber, todos os dias, pra que a gente está aqui nesse mundo. Sim, agora eu sei: pra ser mãe.

Susto

Primeira gripe, primeiros remedinhos (nada de antibiótico, pelo menos), primeiros exames e um susto sem tamanho. O raio x acusou uma "aparente herniação diafragmática" que, depois de muita angústia, foi descartada por três médicos após um novo exame e análise do quadro clínico do bebê. Jamais um bebê como ele poderia ter problema tão sério e estar tão bem. As crianças que têm isso precisam fazer cirurgia ainda dentro do ventre ou, no máximo, nas primeiras horas de vida, para poderem respirar. E o príncipe não tem sequer desconforto respiratório (nem gripado), mama superbem, é alegre. Além do mais, minhas duas morfológicas deram normais, inclusive dizendo que o diafragma dele estava direitinho.

Pra gente ver a quem estamos entregues. Os médicos da emergência (dois) primeiro disseram que ele tinha secreção no pulmão, que era começo de broncopneumonia. Depois que viram o laudo do raio x, deram pra trás e esqueceram o que tinham falado. A médica chegou ao ponto de dizer que ele não poderia ser operado naquela hora porque estava tendo febre (!!!) - que não durou mais de 24 horas e sempre baixava quando dávamos o antitérmico.

Mas o importante é que agora está tudo bem. Aerossol, xaropinho, e o nenem vai ficando bonzinho aos poucos, porque não tem antibiótico. Pena que amanhã ele vai perder uma superfestinha de aniversário e está sem sair de casa. Nem à casa das vovós ele está indo.

Por conta disso, aproveitamos pra fazer algo que adiávamos há tempos: demos um fim no sofá empoeirado. Ah! Todos os médicos disseram que ele pegoue ssa gripe de gente, não foi de poeira, alergia, não. E eu, pra completar, peguei dele. Mas estou só espirrando aqui e acolá.

Ontem ele voltou a dormir no nosso quarto, mas sem ar. Colocamos no ar um dia, mas ele tossiu muito. Dessa vez mudamos o berço portátil de lugar. Agora ele está bem do meu lado. Basta levantar o pescoço pra ver o soninho tranquilo do bebê ou as perninhas pedalando - sinal pra dizer que está com fome.

Sim e ele está ficando um rapaz. Fez três meses quarta-feira. Sim, teve bolo, vela, parabéns, foto. Mas, pra variar, só com o papai e a mamãe. É a nossa família, né? Nòs que estaremos juntos sempre, pro que der e vier. E que venham muitas coisas, sim, de preferência boas, bênçãos e com muitas risadas...

terça-feira, 4 de maio de 2010

Sling

Comprei ontem meu sling. Ou seria do bebê? Hoje ele está sendo lavado, pra logo, logo eu começar a treinar com meu baby. Ainda nem experimentei, porque achei melhor lavar antes. Aliás, eu não; o pai. Eu estava louca pra colocar o Isaac lá dentro, só pra ver como ele iria se comportar grudadinho em mim, mas papai disse que era melhor lavar antes. É mesmo.
É azul. Tenho certeza de que o nenem vai adorar- e meus braços também, principalmente meu punho esquerdo, que anda apitando como uma tendinite. Será? Estou fazendo um alaongamento pra ver se melhora. Também já coloquei gelo, mas isso só dá pra fazer à noite, depois que o Isaac dorme.
Hoje teve consulta. Bebê está virando um bebezão: 59cm e 5.635kg. Bem fofo! O médico disse que ele está ótimo, que eu estou liberada pra fazer tratamento dentário, posso tomar remédio, anestesia, tudo. Só quero é tempo! Há umas duas ou três semanas minha boca deu uma travada e só abre até a metade. Disfunção severa na atm, creio. E espero que se resolva sem precisar usar aparelho - de novo. Já bastam aqueles anos de chumbo com a boca cheia de ferro. Nã! Mas se for preciso, fazer o quê?

sábado, 24 de abril de 2010

Despertar

Isso sim vale um texto especial, embora curto: o bebê deu pra acordar sorrindo. Primeiro ri com os olhos, que começam a se apertar à medida que a boquinha vai abrindo pra mostrar a banguela mais linda que existe. Aí remexe o corpinho, às vezes vira a cabeça, levanta os braços e ri mais ainda quando retribuímos. Tem como não ficar feliz, mesmo que o despertar dele coincida com as mais desejadas horas de sono da mãe? Definitivamente, não. Se ele acorda feliz, como eu, aqui, posso reclamar, meu Deus? Só tenho é que agradecer por ter essa chance de ser mais feliz todos os dias, olhando e participando desse sorrisinho lindo. Fico só imaginando quando ele der também aquelas gargalhadas bem gostosas...

Cearense mesmo

Sobre dormir na rede, façanha inaugurada nesta semana e prolongada neste exato momento, na sonequinha da tarde.
Com esse vento que faz as janelas assoviarem, é uma delícia dormir de rede. Para quem é cearense, não abre mão do costume e ainda por cima cresceu em meio a teares, cheiro de cloro e de tinta para colorir tecidos de rede, manter esse apego é redundante.
Mas como a ideia não é só manter, mas passar para a frente o costume, vale o registro. A rede foi presente da Inês, é branca e tem varanda de croché com desenhos de coelhinhos. Pela primeira vez foi armada no quarto do príncipe. Antes tínhamos tentado na sala, mas era vento demais e esqueci que, quando sou eu que fico na nossa inevitável rede da sala, fico me tremendo de frio.
Agora, de camisetinha, meia, luvas e uma fraldinha pra cobrir as perninhas, o bebê está adorando a dormida. Já se mexeu, ameaçou acordar antes da hora, mas está lá, sendo embalado pelo ventinho que vem lá da Praia do Futuro só pra balançar o cabelinho arrepiado do príncipe.
O pai gosta de deitar na rede, dobrar as pernas e colocar o nenem sentado e apoiado sobre elas. Ele gosta, porque fica olhando os pezinhos, mexendo os braços e querendo falar com o pai. Muito fofo.
A mãe gostava de, depois de amamentar, colocar o bebê no ombro e deixá-lo dormir, ele por cima de mim, na rede. Mas depois do último domingo não tenho mais coragem. Fiz isso, dormi e o bebê caiu no chão. Não vou me prolongar sobre o tema, porque não me faz bem lembrar. O importante é que não aconteceu nada, o príncipe está bem, não ficou sonolento, não vomitou, chorou até menos do que no dia anterior, quando a perninha estava dolorida devido à vacina tríplice (tomou também da pólio e da rotavírus). Na hora, meu mundo caiu também, quis me desesperar, mas sabia que o mais importante era proteger o nenem. Ficamos aflitos demais, mas, como já disse, está tudo bem. Ligamos pro médico, que nos orientou e, de certa forma, também nos acalmou.
Nunca mais isso vai acontecer. Nunca.
Pois bem.
Agora é redobrar o cuidado e (não consigo evitar) de cinco em cinco minutos ir olhar o lindo deitadinho, dormindo um soninho bom que só, daqueles que eu e o pai sempre tirávamos no sábado à tarde. Por falar em pai, ele também está lá, tirando o cochilo dele, mas na cama. Sim, olho os dois nos quartos, porque agora tenho dois meninos pra cuidar. Ainda bem...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Anos

Nove anos dia 15 e cinco anos amanhã. Será que a gente vai conseguir comemorar? Mesmo que não, nosso maior presente está aqui, do nosso ladinho 24 horas por dia, os dias mais felizes (e cansativos, não posso negar) de todos os tempos e tempos e tempos...

Dois meses e uns dias

Esses dois meses chegaram cheios de surpresas - como se pudesse ser diferente. O bebê está muito mais esperto, levanta e vira a cabeça pra olhar tudo, acompanha os movimentos de forma atenta, descobriu o móbile do berço, o solzinho colorido que toca música de ninar e acorda todo simpático. Uma graça.

Aliás, acordar sorrindo é a melhor coisa pra mim. Depois de uma noite com mamadas no escuro e caminhar na ponta dos pés pra não ter choro, aquela boquinha aberta e os olhinhos se apertando são um bálsamo bem revigorante. Meu energético cheio de vida.

Ontem, na casa da mamãe, todo mundo só queria ver o bebê. Tias, priminha, titio, avós, só o bisavô Zezito que estava daquele jeitinho dele, quietinho como um bebê. Ficamos no quarto do titio por causa do calor, mas de instante em instante ia alguém lá pra ver a gente (a gente que eu digo é o nenem, porque ele é que é o centro das atenções - ao lado da priminha, claro). Teve até quem o achasse parecido com o vovô. Sim, foi o Walney. Mas a opinião quase unânime era que ele está mudando e ficando parecido com a mãe. Só o nariz é que é do pai e ninguém tasca!

E ele estava tão lindo... De short azul marinho,camiseta listrada combinando e sapatinho do mesmo jeito, de listras azuis e brancas e com meia branca. Coisa mais linda da mamãe!

É muito bom ver a família crescendo, todos juntos. Mudanças aqui e ali são inevitáveis, mas fazer o quê? Ainda bem que muda, né?

Ah! Soubemos também, pelo primo Jorge (de Manaus, que está aqui de férias e também participou da farra ontem) que o filho da Shirley nasceu. É o Lucas, um garotinho mais que especial que, graças a Deus, veio para uma família que vai saber amá-lo incondicionalmente, como deve ser com qualquer filho. E que Deus cuide dele, dos seus pais e de todos que os amam de uma maneira muito especial também.

Ela, que também é de Manaus, soube que estava grávida ano passado, aqui em Fortaleza, mas não sabia. Eu também estava, sabia, mas ainda era segredo. Depois ela me disse que soube um dia antes de ir embora. Mas, como não conseguimos nos falar nesse bendito dia, ela foi embora sem contar. Mas fomos até jantar aqui. Hoje parece engraçado: eu e o Edson estávamos comemorando a transluscência, se não me engano, mas preferimos ficar calados, e a Shirley estava grávida do Lucas e não sabia. Tanto que são só dois meses de diferença entre os primos. Tomara que eles se conheçam logo, mas creio que, pra isso, ela vai ter que vir aqui. Mais fácil do que a gente ir lá. Enquanto isso, por aqui vamos ficando...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Destruída e...

feliz! Basta um sorrisinho pra gente esquecer que o dia foi dificílimo, que mal tive tempo de comer, tomar banho, sentar de perna pra cima. Existe mágica nisso ou o quê? Não sabia que gemidinhos, risos nem tanto involuntários e mãozinhas mexendo de um lado para o outro causavam esse efeito, diga-se de passagem, devastador. Vivendo e aprendendo...

sábado, 10 de abril de 2010

Nós, as visitas

De manhã resolvemos sair. Com o nenm, claro. Dá o peito, toma banho, troca de roupa, vê a roupa do marido, arruma a bolsa do bebê, pega mais uma fralda (por garantia), não esquece nada, pelo amor de Deus.Pronto. Ótimo, o Isaac está molinho. É bom que fica bem quietinho no carro. Pra evitar corre-corre fora de casa, vamos trocar a fralda antes de sair. Surpresa!
Cocô.
Tira a roupa dele, arruma a água do banho, limpa o serviço no chuveirinho do chuveiro quente dele, que é mais rápido. Água morninha, aproveita e lava também as coisas. Está "na chuva", lava também a cabeça, sob protestos do pai, porque a água nãoé fervida nem mineral.
Deixa, pai. Ele está bem. Vai acontecer nada, não...
Escolhe roupa, veste, dá o peito de novo. E lá se vai uma hora de arrumação desde o momento "vamos sair".
Quem tem criança é assim mesmo. Tudo para ir à casa das vovós.
Na primeira, da minha mãe, ele chora perto de casa. Ao chegar, estão lavando a garagem. Mas, como não tem sombra na rua, bota o carro na garagem, mesmo que tenham acabado de limpar. Tudo bem, depois passa uma água rápida, sujou só um pouquinho.
Festinha da mãe, tia, bisavô andando com ajuda da tia, sem enxergar ou entender muita coisa, tadinho. É a vida que segue, que começa, vai indo, depois recomeça...
Mais peito. Aproveita a cadeira perto do quintal, que ali corre um ventinho. É mesmo. Bebê acha é bom. Mas vamos pra casa da outra avó.
Mais festinha, mas em silêncio, porque o nenem chegou dormindo. Com o calor, é claro que acordou. Mais peito, peito, peito...
Deita na rede, que ele dorme. Comigo, né? Primeiro no colo, depois deitado ao meu lado e, após muito tempo, sozinho. Mas desse último jeito não passou mais de uma hora.
Mais festinha quando as outras tias chegam. A cara do pai, sempre.
Vamos para casa, mas passa antes na padaria. Amiga do colégio vai rapidamente ao carro pra ver o "príncipe". Foi ela que disse!
Em casa, mais peito. Muito peito, até dormir. Aí já eram 19 horas. Já?
Silêncio, pelo amor de Deus, pra ele não acordar. Sai pra comprar sushi, empada doce, salgada. Volta, come, banho. Bebê dorme.
Cansaço? Imagina...
Foi só mais um dia. Que dia é hoje mesmo? Ah, sábado. Nem parece. Pra mim todo dia é dia útil. Do Isaac. Utilidade maior: ser mãe e não querer mais nada da vida.