Vim aqui só pra dizer que o meu bonequinho está uma fofura, gostoso demais, uma delícia. E simpático que só... Ontem fomos à casa da vovó - a minha. Ele foi pra mão das titias, da vovó (dele) e até o vovô (meu) sorriu quando viu o pequeno. Disse que ele tem os "olhos vivos".
- É da Martinha?
- É, o Isaac.
- Isaac?
- É.
OLhar distante do meu avozinho e um sorriso de criança, no alto dos seus 87 anos.
- A bênção, vô.
- Deus abençõe.
- Amém.
Eu nem cogitei, mas me mandaram lavar a mão. É porque o vovô está velhinho, pega no nariz, se enrola todinho, fica igual a menino na rede. Menino magrinho, mas que dançava com o ar, na baira da praia, no alpendre de casa, quando eu era menina. Saudade, vô. E quando tocava o disco do Nelson Gonçalves, a dança era de braço com o ar, olho fechado de saudade.
Aí a gente pedia: "beija a vovó, beija a vovó". A risada corria pela casa e, depois de um charme, saía o beijo ali, na cozinha, vestido com cheiro de comida, óleo de coco no cabelo.
Saudade, vó. Ela estava dormindo. Mas só sua presença enche toda a casa.
Ai, saudade demais, com nó na garganta e um certo medo. Vó, vô, fiquem aqui, viu?
- A bênção...
- Deus abençõe.
Uma breve divagação
Há um ano
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