Quando estava grávida, não foi uma nem duas vezes que ouvi a célebre frase “não conte comigo”. Ficava triste, magoada, às vezes revoltada, mas o que eu podia fazer? Sei que o dito não era nem por maldade, era a mais pura - e dura - sinceridade.
Quando minha sobrinha nasceu, minha mãe se mudou pra casa da minha irmã. A Márcia fazia simplesmente nada no começo, nem banho sabia dar. Tinha babá, empregada e a mamãe. E eu ainda ia pra lá, de vez em quando, pra dar uma ajuda. De manhã bem cedinho ia pro trabalho de ônibus, passava pelo terminal do Papicu cheio, mas ia feliz da vida porque passava umas horinhas com minha sobrinha linda - linda até hoje, aliás, mais linda ainda.
Reclamo? Raramente, só quando o sangue ferve. Fico triste? Sim, quando paro pra pensar, mas não o faço com muita frequência, porque também não tenho tempo. Solução? Deixa estar. Tenho uma teoria: melhor não contar com ninguém porque, se a ajuda vier, vai ser bem-vinda, obrigada. E, se não vier, ok, não estava esperando mesmo. A decepção é menor. Do contrário, o que vier é lucro. Pronto. É essa minha filosofia de vida. E sem rancor.
Uma breve divagação
Há um ano
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