segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mas... mais fraldas

Antes de o bebê nascer, a gente é cheia de ideias. Inventa moda até. Depois de escrever que eu achava que não teria leite, lembrei outro fato. Jurava de pé junto que não usaria fralda descartável. Imagina! E pra onde vai todo aquele amontado de plástico, algodão, xixi e cocô? Não tem aterro que aguente.

Mas foi pensar na logística que meus ideais ambientalmente responsáveis desceram rio abaixo. Primeiro: onde estender tanta fralda de pano? E a água que gastaria, não é pior do que o que ficaria acumulado no aterro, que foi feito para receber esse tipo de material (que não pode ser reciclado)? Além do mais, já ouvi falar que parte das fraldas descartáveis é feita com material biodegradável.

Sim, eu juro que pensei nisso tudo!

Mas aí (pode me chamar de egoísta) pensei nas minhas mãos, no tempo que gastaria na pia, na água e nas lágrimas de cansaço derramadas, que mais uma vez esse ideal - que às vezes se impõe sobre nossa rotina - nem saiu do papel.

Fiz melhor (ou pior, para quem não fez a mesma escolha que eu, e respeito isso): um chá de fraldas. Mas ganhei fralda, viu? Fomos até quase os noves meses com elas. Se bem que no começo compramos uns pacotes de recém-nascido, porque o Isaac nasceu pequenininho e as fraldas P ficavam grandes. Bom, mas mesmo assim ficamos no lucríssimo.

Mas por que mesmo estou escrevendo sobre isso?

Ontem resolvi, por acaso, pelo primeira vez contar quantas fraldas ele usa por dia. Não me assustei com o resultado, mas sei que isso já mudou bastante, porque quando ele só mamava era mamando e fazendo número dois. Era entrando e saindo... Não reclamava, mas tinha o maior cuidado, quando ele estava dormindo, pra trocar a fralda sem acordar o bebê, principalmente de madrugada. Mas foi, foi, até que me aperfeiçoei tanto que fazia a troca rapidinho. E limpando, passando algodão com água no bumbum, pomada. Tudo direitinho.

E ontem, quando chegamos do shopping, mais uma vez abrimos o roupeiro de cima do guarda-roupa, que uns meses atrás não cabia um alfinete de tanta fralda. Os dois lados, nas quatro portas. Lotado. Agora limpo, limpo. Ontem foi que um lado ganhou quatro pacotões - estava barato demais!

Mas pra ficar cheio de novo... Agora só no próximo rebento, no próximo chá. E, sim, vou continuar usando muitas fraldas de pano, umas três por dia (agora, porque antes eram bem mais, por causa das golfadas). Mas tudo tem seu tempo.

* Um dia vou contar quantos "mas" escrevo por post.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Palmas pra você!

Ontem o bebê ficou em pé soltinho! E ainda levantou os braços e bateu palma e segurou brinquedos e fez gracinha e gargalhou: tudo sem se apoiar no cercadinho. Há uns dias ele vinha ensaiando isso, mas foi à noite, depois de jantar, que fez tudo com o maior capricho.
E ele sabia que estava fazendo algo novo, o rapaz. Tão engraçado. A cada vez que batia palma ou levantava os braços em pé e sem se segurar tacava a gargalhada. E eu e papai ríamos, batíamos palma, dizíamos parabéns. Aí é que ele fazia mesmo...
Ô menino sabido...
E mais progresso: parece que ele voltou a dormir a noite toda. Faz uns três dias que está assim. E de ontem pra hoje foi recorde. Mais ou menos meia-noite despertou, mas só fiz colocar no braço e trocar a fralda. Pois não é que o moleque só acordou 8h50min, igual ao papai e à mamãe?! Menino parece que adivinhou que hoje é sábado e que, sim, merecemos dormir mais um pouco.
De presente, mamãe fez um desjejum diferente. Por conta do horário, não adiantava dar leite ou fruta separados - o leite é às 7h30min e a fruta à 9. Pois o que eu fiz? Juntei tudo e o bebê tomou sua primeira bananada!
Detalhe: de gute-gute, mamadeira cheia e ainda com Mucilon! Então foi um mingau de banana? Sei lá, sei que ele adorou.
Parece que encontrei uma solução pro lanche mirradinho da creche. Se ele tomar essa bananada de manhã não tem problema comer uma maçã, uma pêra, um suquinho de lanche. Até porque fiz assim. Antes do banho pra ir dormir dei uma pêra. Ora, dormiu que só. Só acordou meio-dia e almoçou às 13 horas!
E eu fiz o que mais gosto: cuidei dos meus dois meninos em tempo integral.
Fiz o almoço e jantar do bebê, um arroz pro nosso almoço, Edson foi no mercantil e ainda fez um camarão quando chegou.
Agora estão lá os dois, dormindo aquele sonhinho bom da tarde... E Francisca troando no meio da casa. Limpeza pesada, bem.
Pois é. Estou feliz. Dia simples, nem saí de casa, mas com tudo de que gosto aqui, ao alcance da mão e do coração. Aliás, na palma da mão. Dentro do coração.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sangue no olho, leite no peito e uma volta pelo coração

Antes de o bebê nascer, vivia dizendo que não ia ter leite. Minha mãe não teve, na minha irmã desceu pouco, por que comigo haveria de ser diferente? Pois foi. Pra minha surpresa, pra meu total contentamento, foi.

Daquela primeira vez em que ele procurou meu peito meio afobado, sem entender bem o que procurava, mas sabendo precisar e querer, muito leite foi derramado. Nas primeiras mamadas, ainda no hospital, ficava aflita de não ver jorrar o precioso líquido, mas estava determinada a não ceder à latinha.

Puxa daqui, aperta dali, faz careta, pega a cabeça do menino, a cabeça escorrega, a boca acerta, depois escorrega também. E haja choro... Ora, impaciente o rapaz. E faminto. E eram duas em cima de mim, apertando meus peitos: minha irmã e a enfermeira. Uma segurava o peito, enquanto a outra levava a cabeça do Isaac pro lugar certo.

Mesmo com todo o esforço, ainda no hospital ele precisou tomar complemento porque meu leite ainda estava descendo. 30ml. Depois mais 30. Mas só isso. Foi melhor. Só assim ele sossegou, parou de chorar e dormiu. Eu, mais relaxada, vi o peito ficar cada vez mais inchado e riscado daquelas veias bonitas de se ver, verdes, roxas, algo assim. Já não queria mão de enfermeira nem da minha irmã me apertando pra ver se saía alguma gotinha, fora o tal do colostro.

Pois não é que saiu? E saiu e foi saindo e aumentou que não parava mais. Era tanto leite que, quando tomava banho, jorrava. Sujava tudo que é roupa. Aquele cheiro azedo me acompanhava noite e dia.

E tome mamada! E era tanta mamada que, inevitavelmente, o peito ficou todo dolorido, ferido - pelo menos não chegou a sangrar. Passei pomada, o próprio leite, usei protetor com gel, protetor sem gel. Nada amenizava aquela dor fina, que latejava no ritmo e velocidade da mamada.

E só passou quando quis.

Aí chegou a melhor época. Ele mamava tanto e ficava tão saciado que dormia até cinco, seis horas seguidas. Às vezes a gente tinha que acordar o bichinho pra mamar. Mas o melhor de tudo, de tudo mesmo, eram as mamadas da madrugada.

Acho que já falei isso por aqui.

Só eu e ele. O silêncio, aquele olhinho que se fechava devagar de tanto prazer. Era o momento também de agradecer a Deus, de conversar com Ele, de pedir sabedoria pra tomar as decisões certas.

Acho que Ele me ouviu. E tem ouvido até hoje. Nesse mês, o Isaac passou uns quatro dias sem nem querer saber do peito. Nem na hora de dormir. Fiquei na minha, não insisti, mas senti uma pontinha de tristeza. O mundo vai dizer que não, mas a sensação é de que o bebê vai se tornando livre, precisando menos da gente.

Pois bem. Não vou prolongar o sofrimento. Até porque tudo mudou. Há uns três dias ele procurou o peito de novo, naquela horinha sagrada de dormir. Cheiroso, cabelo penteado de lado, pijaminha macio, bubu na boca. Se eu dei?

Claro, óbvio, evidente! Dessa vez acho que quem fechou o olho devagar fui eu. Ele chega levantou o bracinho enquanto sugava.

Sim, agora nossas noites voltaram a ser mais nossas. Se tem leite? Boa pergunta. Mas não vou apertar, fazer exame pra descobrir se tem algum vestígio. Sei é que meu menininho não esqueceu que o alimento mais precioso, mais precioso sai daqui, do lado do coração. Aliás, acho até que o leite, quando está vindo, dá uma voltinha pelo tal músculo e traz na bagagem tudo de bom que a gente quer passar pro bebê. Aquilo que só o coração sabe e que talvez nunca tenha sido dito. Ou escrito.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011



Legenda: amor 70x7

Folga nada

Pedi dois dias de folga no trabalho pra acompanhar o bebê a manhã inteira na creche. Consegui, mas deu tudo pra trás. Desde ontem ele está com febre - só febre - e nem pra escolinha foi. Se conseguir antecipar a consulta de sexta pra hoje e ele melhorar, amanhã vamos.

Acho que deve ser dente. Acho que ainda não falei por aqui, mas o bebê não tem um dentinho sequer. Parece um velhinho, mas um velhinho lindo. E ri que é uma beleza com a banguelona toda aberta... E também pensa que tem dente. Ontem à tarde e agora de manhã comeu um monte de pão. Às vezes pega um pedaço grande, que mal cabe na boca, e fica mastigando. Aí coloco o dedo e sinto que ele fica fazendo força com a gengiva pra cortar o miolo. Com a bolacha é do mesmo jeito. E ainda quebra pra comer de pedaço. Sei não, viu? Imagina se tivesse dente...

Mesmo assim, sempre dei o arooz e alguns legumes amassados no garfo. Ele adora. É nessa hora que ele mais pensa que tem dente, o bichinho.

Se bem que a bangueleta pode estar comn os dias contados. Ontem à noite ele teve febre, de madrugada também e hoje de manhã. Remédio, compressas, banho. Vai, volta... Pra completar, há pouco tempo fez cocô um pouco mais mole. São os sinais. Só espero que isso naõ dure dias, porque é muito ruim ver meu bebezinho gemendo, como se corpinho estivesse dolorido.

Mas, se Deus quiser, já, já ele fica bom. E, com ou sem dente, vai continuar aprontando todas...

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Aceito

Tem coisa melhor do que ser pedida em casamento?

Pois eu fui. De novo.

E pelo meu marido lindo.

Não, não tem coisa melhor.

Alguma dúvida da resposta?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Fases




Agora meu mundo é uma tenda colorida.

O próximo é aniversário

Sim, hoje meu bebê está fazendo 11 meses. Na próxima comemoração nem vai ser mais o mesversário. É bom demais ver o bichinho crescer, mas dá uma saudade antecipada desse tempo de bebê e de tudo que a gente faz porque ele é um bebê.

Mas de tudo, de tudo mesmo, acho que o que mais vai me trazer nostalgia é aquele momento só nosso, o da mamada à noite.

Dou o jantar, dou o banho, ele fica todo cheiroso, arrumadinho, de calça, meia, cabelinho penteado. Aí apago a luz, me deito na rede com ele e pronto: aqueles minutos são só nossos. Isso nada nem ninguém vai tirar.

Nessa hora ele faz os carinhos que só eu conheço. Agora inventou de forçar a cabeça contra a minha, contra meu pescoço, meus olhos. Ele procura meus olhos na penumbra e para tudo quando encontra. E dá uma risadinha pra quebrar o silêncio.

Sim, é a nossa hora, o nosso instante de trocar declarações silenciosas de amor.

E aí ele mama, tira a boca do peito, deita a cabeça no meu peito, fica encaixado no braço, vem com a cabeça.

Assim vai. Até dormir e dar aquele suspiro que sinaliza o sono pesado. Aí mamãe se levanta da rede com todo cuidado, dá um beijo calado, coloca no berço, agradece a Deus e pede pra Deus abençoar, continuar abençoando. E assim Ele tem me escutado.

Amém.

Eu vou me adaptar

Ontem levei o pequeno pra creche. Começou a adaptação. Pra continuar fugindo à regra, não sofri. Também a gente só ficou lá uma horinha. Hpje foi uma hora e meia, e com emoção: chorou (aquele choro sentido mesmo), ficou agarrado em mim, fez cocô, riu, brincou, explorou (apalavras da tia) o local todo de brincadeiras, gritou com o móbile do banheiro e quase acordou as outras crianças. Enfim, ficou bem mais solto.

Quanto a mim, acho que passei no teste. Ouvi quando ele começou a chorar. Ouvi o choro aumentar. Ouvi quando ele gritou, chorando. E me segurei. A hora em que levantei da cadeira pra olhar o que estava acontecendo coincidiu com o momento em que a tia Virgínia foi me chamar, ou seja, esperei o tempo certo.

Sabe coração de mãe? Pois é. A gente vai aonde ele nos leva, até onde ele diz vai ou chega, até quando existe amor. E, se esse não falha nem falta nunca, melhor é seguir nosso "alegre coração", que "é triste como um camelo, é frágil que nem brinquedo, é forte como um leão".

Um detalhe de que já desconfiava e que confirmei é que, na creche, provavelmente ele vai comer menos do que em casa. Os lanches são uma fruta só. Ora, de manhã ele come uma banana e meio mamão ou uma banana e dois sapotis. Acho que vou é mandar o lanche dele. O almoço eu não mando, mas aí o jantar ele vai comer em casa, o que eu escolher e no tanto que ele quiser.

Por melhor que seja a creche (e essa tem excelentes referências), elas não vão ter paciência como a gente tem, nem vão insistir com aquele nosso jeitinho, brincando, distraindo.

Ontem me peguei pensando: será que ele vai dar aquelas gargalhadas gostosas que dá quando está brincando com a gente, principalmente com o Edson? Hoje, depois do choro, ele riu pra todo mundo, brincou, mas sou consciente de que elas têm que dar atenção a todas as crianças. Não quero mais atenção para o meu filho. Mas quero que seu aprendizado e descobertas sejam em casa também, com a gente, cercado do nosso amor e do nosso cuidado. Isso não vai mudar.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Da peregrinação

Foram três visitas. Não costumo abrir muito o leque quando vou escolher algo. Pego as opções, passo na peneira, deixo o grosso de lado e fico só com o que interessa. Por isso, ao final das contas, só fui a três creches, durante dois dias, e na mesma semana fiz a escolha.

Pois não é que segunda-feira meu bombom já começa? Ainda não comprei um lápis (tem lápis na lista?) do material exigido, não fiz a fotinha 3x4 do bebê, não respondi às perguntas todas do questionário, mas ele vai.

No momento, o que mais me preocupa é se vão dar a comidinha dele direito. A todas as creche que fui achei os pratos tão mirradinhos. O bebê come o dobro do que aqueles meninos de um, dois anos comem! Não sei a quem puxou... E com fome meu filho não vai ficar! Vou colocar no questionário da nutricionista todos os detalhes dos lanches, do almoço, inclusive com quantidade de legumes, temperos, carne, arroz. Sei tudo e quero ter certeza de que meu bebê vai se alimentar como se estivesse em casa.

Sonho?

Vamos ver.

No restante, não tenho dúvida de que ele vai interagir bem com as tias, os amiguinhos, o local. Tudo devagar, claro. Para isso, já acertei no trabalho que vou chegar mais tarde esses dias. Até porque era para eu estar de férias segunda-feira, mas essa é outra história.

Ai, coração está um pouco apertado. -----> Nada a ver com o post. Só um delírio.

Voltando.

Sim, continuo sem babá. Vou testar uma segunda-feira. Tudo segunda. E que Deus esteja à frente dessa e de todas as outras decisões - inclusive a do delírio supracitado. Amém.

Faroleiro


A palavra mais bonita do nosso português. Pra mim.

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* Até a década de 1950, o Farol (Velho) do Mucuripe era assim.