Ainda é cedo, mas já ando pensando no chá de bebê do João. Tão bom viver
tudo isso de novo. A diferença é que não tenho o mesmo tempo pra pensar,
planejar, pesquisar... Pra não fugir à regra, capaz de eu organizar tudo
umas duas ou três semanas antes.
Depois ele vai saber e entender que a mamãe é assim mesmo.
O que tenho percebido nesses quatro meses é que a primeira gravidez é
completamente diferente: a gente tem tempo pra dormir (ai, que sono,
sempre dá um soninho lá pras 13 horas), pra olhar vitrine, pra ficar
imaginando como será o rostinho do bebê, pra ficar olhando as roupinhas
que vão enchendo a casa e o coração.
Agora não. Às vezes nem me lembro que estou grávida. Se não fosse a
barriga já despontando, em muitas vezes a gestação passaria
desapercebida até pra mim. Mas não é que seja menos desejada. Não mesmo.
A espera é a mesma, o desejo, a vontade de que ele venha com muita
saúde, o amor que começa a aparecer aos pouquinhos. O detalhe é que
tenho um bebê de um ano e três meses pra cuidar.
Nesse final de semana, por exemplo, a babá sai de folga. Aí já viu.
Fazer só tudo. Mas se bem que tem hora que é tão bom só a gente em casa.
Tirando os pratos pra lavar, o meu banho que tem que ser mais rápido do
que nunca e as horas todas milimetradas pra dar tempo de fazer tudo, é
muito bom cuidar do meu filhote 24 horas.
Eu sempre dizia que o segundo ia ter um monte de regalias que o primeiro
não teve. Dizia que ia caprichar mais ainda no enxoval, na preparação da
casa. Mas nem é. Repito: não pela falta de vontade. Nesse caso a questão
é outra. Vejo que hoje tanta coisa é desimportante.
Boa parte das coisas do Isaac estão guardadas. Colchas de cama, de
berço, almofadas, cortinas. Tem fraldas e fraldas de pano que nunca
usei, manta que enrolou o bichinho só uma, duas vezes. Pra que vou
comprar mais?
Claro que vou me apaixonar por roupinhas nas lojas, claro que vou me
derreter olhando aqueles pedacinhos de pano tão macios. Mas claro que
vou me controlar.
Se tem uma coisa que não sou é consumista. E aqui isso se aprende de
berço. Literalmente.
* Cá pra nós, ô post misturado. Vamos focar da próxima vez. É nisso que
dá escrever, parar, fazer uma coisa, atender um telefonema, fazer
ligação, escrever...
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