quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Reciclando sob a árvore do bem

Todo mundo se admira quando digo que nada comprei para o bebê. E não comprei mesmo. Nadinha. Há muito deixei de ser consumista. Na verdade, nem sei se um dia realmente o fui. Mas o certo é que hoje, por opção e por força das circunstâncias, sou bem contida - pelo menos em se tratando de roupas, supérfluos, gastos desnecessários.

Acho até bom ser assim. Tenho um ótimo professor em casa. Ele diz que, se for para gastar, que seja com algo bom. E quero que nosso filho cresça com essa filosofia. Não concordo com as pessoas que dizem que fazem e dão para os filhos tudo que não tiveram na infância. Aí está o erro. Essa é a receita pra estragar uma criança e torná-la um adultozinho mimado. Pra mim, certo é dar na medida do possível. A medida do ser não é a medida do ter. Isso está na Bíblia.

Pois bem. Com base nisso, hoje dei o aval para a parte concreta desses pensamentos. Já sabia que ia aproveitar o berço da Ana Lívia e uma cadeira que o papai comprou na época em que a Márcia engravidou, e ela acabou não usando. A mamãe vai mandar laquear as duas peças, que vão ficar novinhas e lindas. Mando fazer umas almofadas bem bonitas pra cadeira e pronto. Além disso, já tenho também as bolsas (duas), o berço portátil, o carrinho e uma cadeirinha que ainda não descobri se é bebê-conforto ou para colocar no carro. Tudo foi da Ana Lívia.

Quer motivo melhor para eu usar tudo com o maior gosto? Minha sobrinha linda foi quem primeiro se aconchegou nesse carrinho que eu dei; dormiu como um anjinho e deu as primeiras mordidinhas no berço; passeou pra lá e pra cá na cadeirinha-bebê-conforto. Nas bolsas ficavam suas fraldas, a roupinha lavada com todo o amor e cheirosa como só as coisas de bebê são. Imagina se não vou querer compartilhar essa história entre eles, os dois priminhos mais que queridos e abençoados.

Além do mais, isso também é herança que passa de um filho a outro, de geração a geração. Todos esses objetos têm histórias e agora vão ajudar a contar uma outra jornada, com outros personagens, mas com o mesmo amor. De pai, de mãe, de irmãos, de avós, de pessoas que estão penduradinhas na mesma árvore da vida. Essa do bem.

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