Estou devendo fotos, palavras, fatos, versões, memórias que nem sei mais se as tenho. Pois vai ficar tudo no saldo devedor. Não vou atrás de me redimir, porque não tenho tempo nem, no momento, disposição.
O que quero agora é só deixar algum registro desses últimos cinco dias de despedida do bucho.
Sempre ouvi dizer que uma gravidez nunca é igual à outra. Óbvio. Mas não pensei que fosse tão gritante a diferença.
Na do Isaac me lembro bem das tardes cheias de sono compensado ou mesmo inventado, dos cuidados com a alimentação, com os quilos a mais, com os passos em falso e os pesados. A expectativa e o cuidados iniciais eram tão grandes, que nem foi possível dividi-los com o mundo. Só com três meses as famílias e a maioria dos amigos souberam.
Dessa vez também seguramos a informação o mesmo tempo, mas tudo tão diferente. Quantas e quantas vezes disse que não lembrava que estava grávida. Não era exagero. Não lembrava mesmo. Aquele soninho gostoso dos meses iniciais era logo cortado por uns gritinhos que ecoavam pela casa inteira. Se na primeira fui para o hospital sem qualquer inchaço, nesse me peguei com o pé direito inchado uns três, quatro dias. Como ficar parada, meu Deus?
Levei duas quedas feias: uma tentando evitar que o Isaac caísse do alto de um escorregador e outra muito bem sentada em uma vagabunda cadeira de plástico. Nas duas vezes, sequer liguei para o médico. Pensei: não sinto nada demais, não estou perdendo líquido, não estou sangrando, então está tudo bem.
Com tanto relaxamento, relaxei mesmo foi com a comida. Na pressa comum de quem tem um filho ainda bebezão, comia e continuo comendo o que vejo pela frente, sem escolher muito, sem elaborar, sem nem sentir o sabor, pra falar a verdade. A não ser nas fugidas idas ao Pasto & Pizza - isso, sim, igual nas duas gestações.
O fato é que agora a hora está chegando. Vai ser dia 10. Está em cima! Se com o Isaac comprei a primeira roupinha com sete meses, com o João foi com quase nove. Ontem mesmo saí para escolher umas coisinhas, hoje ganhei uma linda da minha irmã. Acho que essa que ela deu vai ser a tão famosa saída da maternidade - isto é, se não acontecer o mesmo que com o Isaac e eu não ficar com pena de colocar a roupa tão limpinha e linda no hospital pra, quando chegar em casa, tirar correndo porque veio cheia do "ar hospitalar".
De igual, o que sei é que as duas gestações, mesmo com a lentidão da primeira e a correria da segunda, foram abençoadas. Nenhuma intercorrência, nenhum susto grande e uma espera infita rodeada de amor.
Só penso que meu João vai nascer a cara do Isaac, pequenininho, cabelo preto que nem o do pai, olhinho apertado e cheio de saúde. Amor é o que não vai faltar. Esse vai ser igualzinho.
Uma breve divagação
Há um ano
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